Já o indicador dos preços dos cereais recuou 7,2% ante julho e 19% na comparação com agosto do ano passado, para 210,9 pontos. O declínio acentuado das cotações se deve à expectativa de crescimento na colheita mundial de cereais neste ano, em particular à forte recuperação na produção de milho devido às condições climáticas favoráveis em vários dos principais países produtores, incluindo os Estados Unidos, explica a organização. O trigo também se desvalorizou em agosto, mas o forte ritmo das exportações limitou a queda, de acordo com a entidade.
A FAO aumentou a estimativa da produção mundial de cereais em 2013 para 2,492 bilhões de toneladas, 14 milhões de toneladas acima da projeção de julho, em virtude de uma colheita maior na Argentina e de melhores perspectivas de safra na Ucrânia e na União Europeia (UE). O índice de preço de óleos e gorduras em agosto caiu 3% em relação a julho, para 185,5 pontos, registrando o terceiro mês seguido de baixa.
Na contramão, o indicador de produtos lácteos atingiu 239,1 pontos no mês passado, superando em 1,2% o patamar observado em julho e em 37% o de agosto de 2012. O índice de carnes também aumentou no período, para 175 pontos, alta de 1,3% na comparação mensal.
– Os preços de todos os produtos lácteos que compõem o indicador, com exceção da manteiga, subiram no mês passado, uma vez que as ofertas para exportação seguiram limitadas nos principais países fornecedores – esclareceu a FAO.
Os preços dos alimentos avançaram para novos picos no início de 2011 em meio à restrição global na oferta de cereais, açúcar e cacau. O encarecimento desses produtos foi um dos inúmeros fatores que ajudou a desencadear uma onda de protestos que ficou conhecida como Primavera Árabe e culminou na queda de líderes da Tunísia, Egito e Líbia.