O produtor Fábio Cardoso esperava colher 2,5 mil caixas da fruta na sua propriedade, porém 500 já estão perdidas. Ele só não está tão preocupado com a laranja de outra propriedade da família, no município de Conchal, há 170 quilômetros de São Paulo. São 60 hectares, fechados já em contrato com a indústria.
A família de Fabio vendeu 70% de toda a produção. Eles fecharam contrato no ano passado, e conseguiram R$ 14 pela caixa, o que foi um bom negócio. Hoje o preço na região não chega a R$ 10. Mas mesmo quem garantiu o preço bom, perdeu em qualidade. O tempo seco comprometeu o desenvolvimento das frutas e agora as laranjas estão murchas.
O produtor Adilson Vicenssoti perdeu quase a metade do que esperava colher por causa do tempo. Ele e o sócio calculavam tirar do pomar, em Mogi Mirim, 40 mil caixas este ano. Se chegar a 25 mil, agora é muito. Primeiro foi o granizo no mês de junho, depois a seca. Do que está na plantação, metade ele conseguiu vender dois meses atrás. Pegou R$ 10,50 a caixa. Isso que ele tem ainda o custo com a colheita e com o frete até a indústria.
Do pomar de Adilson e Alexandre dá pra colher 10 mil caixas ainda. Mas não tem pra quem vender.