O cálculo começa na ordena, que em volume já rendeu bem nos primeiros meses deste ano. O último levantamento feito pelo Cepea mostra que de janeiro a julho de 2010, os laticínios receberam 5,2% a mais de leite do que no mesmo período de 2009.
Por isso, o preço caiu para o produtor, que já perdeu, em média, 13% no litro de maio pra cá. O valor foi de R$ 0,79 para 0,69 agora.
O produtor Rodrigo Imediato, de Pindamonhangaba (SP) até conseguiu um pouco mais. Há três meses ele vendia o litro a R$ 0,95 centavos. Esta semana, entregou a R$ 0,89. Segundo ele, ainda é pouco para o custo que tem. Em junho, teve que vender seis vacas para pagar as contas.
O clima é um dos fatores da queda do leite em todo o país. A chuva do ano passado favoreceu a produção e fez aumentar a quantidade de volumoso, que é a alimentação que o produtor prepara para o gado no cocho. Enquanto não faltar comida para os animais, o preço não vai subir.
O problema é que sem comida, cai também a produção. Imediato se preparou este ano com 200 toneladas de volumoso de cana pra alimentar o gado durante os cinco meses de seca. Já usou quase tudo. A esperança dele é que volte a chover até o fim deste mês para que possa colocar o gado no pasto de novo.
O analista de mercado Mauricio Nogueira diz que agora não há mais o que o produtor possa fazer. Mesmo em ritmo lento, o preço deve cair um pouco mais nos próximos meses. Segundo ele, o produtor pode se preparar melhor pra evitar surpresas no ano que vem.