O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Sérgio Bortolozzo, disse nesta quarta, dia 2, que os preços mais fracos do cereal estão estimulando a demanda e fazendo com que os importadores elevem seus estoques. Ele, no entanto, não vê o mercado saturado.
Bortolozzo, que também preside a Maizall, aliança internacional do milho, enfatizou que as perspectivas de médio e longo prazo para o milho são positivas. Já a restrição de crédito no país é uma preocupação para os produtores.
– O acesso [ao crédito] está um pouco atrasado – afirmou, durante o lançamento do Global Agribusiness Forum 2016, em São Paulo
Segundo Bortolozzo, setembro será um mês decisivo para o crédito rural, pois a temporada de plantio já se iniciou. A Abramilho planeja realizar um novo levantamento a respeito dos recursos financeiros até o fim do mês, para determinar o nível de acesso dos produtores aos financiamentos. O presidente da Abramilho estima que pelo menos um quinto dos insumos para a produção precisa ser adquirido.
Em relação ao mercado externo, Bortolozzo acredita que os preços mais baixos do milho em 2015 devem impulsionar a demanda pelo grão no médio e longo prazo.
– Os países estão se estocando com os preços baixos, mas logicamente haverá uma procura maior por esse produto. Assim que normalizar a situação [dos preços], os países estarão estocados, mas não deixarão de comprar, porque o preço baixo terá estimulado o consumo – prevê.
Nessa linha, o representante da Abramilho ressalta que a desaceleração econômica da China não deve ser de grande preocupação.
– Todos estão assustados com o ajuste cambial [do Yuan], mas a China não deixará de crescer 6% ao ano. Além disso, outros países da Ásia, como a Índia, e nações africanas estão crescendo, de modo que existe uma compensação – diz.