Se a seca castigar os cafezais, tudo indica que a produção pode ser menor. Neste caso, quem tem estoque deve segurar o grão e forçar uma alta nos preços. Agora, se o clima contribuir para uma boa safra em 2013, muitos cafeicultores devem vender boa parte dos estoques, o que aumenta a oferta e diminui o preço.
– A próxima seca já seria prejudicial para lavoura. Isto pode dar uma sustentada no mercado – avalia o analista Roberto Costa Lima.
O presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), Gilherme Braga, afirma que o momento é bom para os produtores. Segundo ele, o cafeicultor está capitalizado e com estoque na mão. Ele não acredita em queda no preço até o fim do ano e vai além, aposta numa leve alta.
Em meio a toda esta indefinição, no mercado, a bolsa de Nova York teve a maior alta dos últimos dois meses e meio. Os valores chegaram a 183 centavos por libra peso – um aumento de cinco centavos. Segundo especialistas, a apreciação não é significativa, mas, mesmo assim, é uma boa notícia.
A exportação foi o principal destino da última safra. Dos 50 milhões de toneladas que saíram dos cafezais brasileiros, 30 milhões foram exportados e 20 milhões vendidos no mercado interno. Para o economista Fábio Silveira, que analisa o comportamento do mercado a longo prazo, a queda de 30% nos preços registrada em 2012 já era esperada em função da boa safra. Ele acredita ainda que até o final do ano há pouco espaço para desvalorização. No entanto, as cotações em 2013 podem cair.
– Não é nem momento para sair vendendo tudo porque, senão, vai haver uma queda drástica nos preços. Deve-se aguardar porque o cenário não é nem amistoso nem catastrófico – afirma.