Preço médio do café cai 30% no ano, e produtores apostam na florada da próxima safra

Analistas se dividem em apostas de alta e queda das cotaçõesO preço médio do café no acumulado de 2012 registra uma queda de 30%, consequência da safra de 50 milhões de toneladas que ampliou a oferta no mercado. Analistas dividem opiniões, alguns acreditam que até o fim do ano ainda haverá espaço para uma pequena queda. Outros apostam em alta. Tudo vai depender da florada para próxima safra que será conhecida neste mês.

Se a seca castigar os cafezais, tudo indica que a produção pode ser menor. Neste caso, quem tem estoque deve segurar o grão e forçar uma alta nos preços. Agora, se o clima contribuir para uma boa safra em 2013, muitos cafeicultores devem vender boa parte dos estoques, o que aumenta a oferta e diminui o preço.

– A próxima seca já seria prejudicial para lavoura. Isto pode dar uma sustentada no mercado – avalia o analista Roberto Costa Lima.

O presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), Gilherme Braga, afirma que o momento é bom para os produtores. Segundo ele, o cafeicultor está capitalizado e com estoque na mão. Ele não acredita em queda no preço até o fim do ano e vai além, aposta numa leve alta.

Em meio a toda esta indefinição, no mercado, a bolsa de Nova York teve a maior alta dos últimos dois meses e meio. Os valores chegaram a 183 centavos por libra peso – um aumento de cinco centavos. Segundo especialistas, a apreciação não é significativa, mas, mesmo assim, é uma boa notícia.

A exportação foi o principal destino da última safra. Dos 50 milhões de toneladas que saíram dos cafezais brasileiros, 30 milhões foram exportados e 20 milhões vendidos no mercado interno. Para o economista Fábio Silveira, que analisa o comportamento do mercado a longo prazo, a queda de 30% nos preços registrada em 2012 já era esperada em função da boa safra. Ele acredita ainda que até o final do ano há pouco espaço para desvalorização. No entanto, as cotações em 2013  podem cair.

– Não é nem momento para sair vendendo tudo porque, senão, vai haver uma queda drástica nos preços. Deve-se aguardar porque o cenário não é nem amistoso nem catastrófico – afirma.