O preço do milho em Goiás já está abaixo do mínimo, e produtores do estado querem que o governo apoie a comercialização para evitar prejuízos.
A grande safra de milho esperada no país exigiu reação do governo federal para evitar que os preços não fiquem abaixo dos custos de produção. Na última semana, o Ministério da Agricultura anunciou a aplicação de R$ 800 milhões em programas para a comercialização e escoamento da safra. Cerca de 40% do recurso será destinado a produtores de Mato Grosso. O problema, no entanto, atingiu outros estados, como Goiás.
Em Cristalina, um dos municípios goianos com maior produção, a colheita deve chegar a 450 milhões de toneladas em uma área de 80 mil hectares. A produção é 30% maior na comparação com a temporada passada, e o resultado não poderia ser outro: o preço está abaixo do mínimo, e o apoio do governo é uma necessidade.
De acordo com o assessor da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Alan Malinski, alguma ação no Centro-Oeste terá que acontecer.
“Possivelmente o governo terá que fazer alguma ação para Goiás e Mato Grosso do Sul. A produção está boa, mas o consumo do estado não terá essa demanda toda. Então, possivelmente os preços vão cair abaixo do mínimo também”, comenta.
Já o presidente do Sindicato Rural de Cristalina, Alécio Moróstica, acredita que os produtores já precisam se preocupar com o preço na hora da colheita.
“O preço mínimo já não remunera. Agora, se nós pegarmos abaixo do mínimo, o produtor fica no prejuízo e já vem de uma safra de prejuízo do safrinha. O produtor tem que ser amparado nesse ano com as políticas públicas”, aponta.
O Ministério da Agricultura afirma estar preparado para agir. O secretário de política agrícola, Neri Geller, diz que haverá intervenção onde o preço estiver abaixo do mínimo.
“Nós vamos fazer onde estiver abaixo do preço mínimo, não tenha dúvida. Hoje e, Goiás, em algumas regiões abaixo do preço mínimo, mas durante o dia teve uma elevação do dólar e já teve uma sinalização de retomada. Estaremos realmente atentos, se veio a demanda e nós realmente constatarmos que está abaixo do mínimo, nós vamos fazer em Goiás, assim como pode por ventura podemos fazer no Mato Grosso do Sul”, completa.