Gustavo Hollmann, produtor rural de Irai de Minas, interior de minas gerais, tem 300 hectares plantados com soja. Este ano, já pagou mais caro pelos fertilizantes, saiu de um investimento de R$ 800 a tonelada para R$ 1200.
Segundo o consultor Rafael Ribeiro, da Scot Consultoria, o produtor rural está mais estimulado para o plantio e com isso precisou de mais adubo. O resultado foi a demanda aquecida e preços mais altos.
Outro fator que leva ao aumento dos preços é a importação de matéria prima para mistura dos adubos. O país importa em média 65% dos nitrogenados. Nessa categoria, a uréia, por exemplo, passou de US$ 285 por tonelada em fevereiro de 2010 para US$ 405 neste mês.
No caso dos fosfatados, a dependência do Brasil é de 50%. Nesse segmento, o chamado fosfato triplo passou de US$ 260 a tonelada para US$ 520. A maior dependência da matéria prima importada está no potássio: 90%. O preço, nesse caso, subiu menos, de US$ 400 para US$ 460 por tonelada.
Para o diretor da Associação dos Misturadores de Adubo, Carlos Eduardo Florence, faltam subsídios por parte do governo brasileiro a exemplo do que ocorre em países como a China, Estados Unidos e Índia.
O produtor rural de Tupaciguara, Minas Gerais, Adriano da Silva Ramos, já está farto de preços tão altos. Segundo ele, recuperar os valores investidos em adubo é como jogar na loteria.