O Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores rurais (IIPR) em outubro registrou inflação de 11,89% em relação ao mês imediatamente anterior. A valorização dos preços é resultado da combinação da alta taxa de câmbio, menor oferta e demanda interna de alimentos aquecida, reflexo do Auxílio Emergencial, informa boletim mensal da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).
O IIPR acumulado em 12 meses está se valorizando de forma mais acelerada que o IPCA Alimentos. Isso porque a taxa de câmbio em níveis historicamente elevados contribui para a valorização dos preços agrícolas, enquanto a baixa da atividade econômica, reflexo das medidas de proteção contra Covid-19, afeta muitos produtos que compõem a cesta do IPCA Alimentos, explica a Farsul no boletim.
Ao mesmo tempo, o Índice de Inflação dos Custos de Produção da Agropecuária (IICP) do mês de outubro apresentou inflação de 0,85% em relação ao mês imediatamente anterior, diante do aumento da taxa de câmbio média, que encarece o custo dos insumos importados.
Os custos inflacionam de forma mais acelerada que o IPCA. De janeiro a outubro, o IICP acumulou alta de 8,28% enquanto o IPCA 2,22%. Isso porque a valorização da taxa de câmbio média no período aumentou o custo dos insumos importados, apesar da queda do preço do petróleo no primeiro trimestre.
“Os produtores devem ficar atentos aos custos porque a tendência é permanência da taxa de câmbio em patamar elevado, o que pode manter os custos nesta trajetória de aceleração”, conclui a Farsul.