Analistas de mercado acreditam que a queda no preço do café arábica está ligada à crença de operadores da Bolsa de Nova York, que acreditam que os estoques brasileiros de café são maiores que os divulgados pelo governo brasileiro.
– Eles acham que, em uma certa hora, o produtor brasileiro vai vender este café, que vai para o mercado mundial e, por isso, não há como subir em um curto prazo. É isso que eles acreditam. Outra coisa que pesa na bolsa de Nova York é a crise, isso cria um ambiente ruim. Por fim, há um sentimento de que, devido o crescimento do café arábica no ano passado, estaríamos com um consumo um pouco menor agora em termos mundiais – explica o analista de mercado Eduardo Carvalhes.
A primeira estimativa oficial da safra de café, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), traz uma previsão de safra entre 47 e 50 milhões de toneladas, número inferior ao que o mercado estava prevendo. Carvalhaes afirma que a demanda do mercado interno e externo deve provocar um equilíbrio do mercado.
– Os números da exportação brasileira de quando começou o ano-safra, de julho até janeiro, do consumo interno, da estimativa de exportação, do consumo interno pela Abic, esses números mostram que, de julho a janeiro, houve um desaparecimento de 29 milhões toneladas de sacas. Restam cerca de 22 milhões de sacas para atender os compromissos de exportação. Quando chegar junho, acabou essa safra, e aí existe um equilíbrio precário entre a produção brasileira e o consumo. Vem daí o raciocínio – aponta o analista.
Caso a perspectiva de safra brasileira esteja certa, a tendência é de melhora nos preços nos próximos meses.
– Acho que por conta dessa safra menor, pode ter um período de recuperação de preços, lembrando também que estamos muito próximos, ou talvez até inferiores, à media de custos de produção – diz o analista de Mercado Roberto Costa Lima.