Segundo José Negreiros, subgerente da área de avaliação de safras da entidade, apenas algumas regiões ainda estão colhendo.
? Pelo que observamos, as colheitas foram todas concluídas, exceto alguns atrasos em regiões que sofreram com o excesso de chuvas, mas isso foi um atraso pontual, nada que traga preocupações ? disse o subgerente.
Dois fatores influíram diretamente na redução de produção de milho: o clima, e o preço elevado da soja e do algodão. Para Negreiros, essa queda não preocupa, entretanto o plantio da safrinha, que já está bastante atrasado, trás incertezas ao setor.
? A nossa expectativa é em relação à segunda safra, que começou o plantio agora. Essas chuvas mais intensas atrapalharam um pouco a colheita da soja, atrasando o plantio do milho safrinha. Os preços devem ficar estáveis agora? afirmou.
O analista Rafael Ribeiro, da Scot Consultoria, também aposta em estabilidade de preços até o começo da colheita da safrinha de milho.
? O preço do milho vem em alta desde agosto do ano passado. E parece que o grão encontrou um bom patamar para se sustentar ? ponderou.
No mês de fevereiro, o preço médio do milho ficou em R$ 31,7 a saca de 60 quilos, alta de 4,62% ante o mês anterior, quando a média registrada foi de R$ 30,3 a saca, segundo dados da Conab. Quando comparado à média de fevereiro de 2010, os preços vistos nesse mês estão 73% mais altos. Ribeiro acredita que os preços do grão possam ultrapassar a marca de R$ 35 por saca, entretanto isso não deve acontecer antes de maio.
? A partir de maio já podemos ter altas nos preços, dada a demanda que seguirá firme, e a redução de área do milho safrinha. Acredito que o mercado tenha potencial para chegar a R$ 35 a saca este ano, mas isso não será agora.
Ribeiro aposta que os produtores de bovinos, suínos e aves terão custos mais altos por conta dos grãos, mas podem aproveitar os momentos de oscilação dos grãos para fazer estoque, e pagar mais barato. Já o consumidor deve mesmo arcar com preços mais altos em sua alimentação.