Foi a primeira vez que a saca do milho ficou mais cara que seu transporte até o porto em Mato Grosso. Nos meses anteriores, a participação chegou a 145%. Segundo a entidade, uma das variáveis responsáveis pela queda do preço do frete é a grande frota de caminhões nesta safra, que refletem em preços menores, mesmo com as exportações mato-grossenses mais firmes em outubro. Este fator, aliado às elevações nas cotações internas, tem proporcionado melhores margens aos produtores do Estado e um cenário mais favorável para o mercado do milho. A queda na relação entre o preço de frete e o de milho foi de 8,15%.
A melhora na cotação interna do milho implicou queda de 1,09% na relação entre gastos com insumos e preço disponível. Com a saca valendo R$ 15,78, uma produção de 73,88 sacas por hectare cobriria todos os gastos com insumos.
Apoiado nos bons números da exportação mato-grossense em outubro e na expectativa de diminuição de área semeada na safra 2014/2015, o mercado interno valorizou 4,74%, fechando em R$ 15,78 a saca.
Demanda asiática
Em outubro, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) atualizou os dados de exportação. No total, foram exportadas mais de 1,6 milhão de toneladas de milho. Já no acumulado desde julho, saíram do Estado mais de 4,26 milhões de toneladas do cereal, correspondendo a 67,20% do volume total exportado no mesmo período em 2013.
No entanto, o que chamou atenção neste ano foi a mudança dos principais importadores do milho mato-grossense. Os japoneses, que eram o principal comprador na safra anterior, passaram a adquirir mais o cereal norte-americano. Neste caso, o Irã passou a ser o principal playe do milho mato-grossense, comprando mais de 990 mil toneladas desde julho de 2014. Com esta demanda aquecida, os preços internos do último mês, aliados com expectativas baixistas para a produção do próximo ano, estão conseguindo desafogar as baixas margens do produtor.