? Depois que o Chile passou a produzir salmão em larga escala em cativeiro, deixou de ser iguaria ? afirma o presidente do Sindicato da Gastronomia e Hotelaria de Porto Alegre, Daniel Antoniolli.
Na capital gaúcha, alto-falantes de um hipermercado anunciavam na tarde dessa sexta, dia 31, a promoção relâmpago: salmão congelado a R$ 9,44, o quilo. O peixe que já foi sinônimo de sofisticação está mais barato do que muita carne de churrasco.
Enquanto o peixe rosado tem seu preço reduzido, a média do valor dos pescados frescos aumentou 5,66% nos últimos 12 meses, e as carnes bovinas ficaram 29,9% mais caras, conforme a FGV. Em Porto Alegre, no início da semana, o quilo de salmão inteiro podia ser comprado a R$ 12,50, enquanto o da alcatra estava na faixa de R$ 14,84.
Segundo a Salmon Chile, associação de produtores chilenos de salmão, o Brasil é o terceiro destino mundial para os peixes do país.
? A queda dos preços deve se reverter nos próximos meses devido ao aumento do consumo ? avalia Rodrigo Infante, gerente-geral da entidade.
Para Ederson Krummenauer, da distribuidora gaúcha Frumar, o freio no consumo nos Estados Unidos e na Europa levou ao excesso de oferta do peixe de águas frias e à queda nos preços. Nilson Marques Júnior, diretor da importadora Marcomar, afirma que houve superoferta de salmões pequenos devido à anemia, doença que inibe o crescimento dos peixes, mas não atinge a saúde humana.
O aumento de consumo no país, além do preço, seria motivado pela busca por alimentos mais saudáveis e pela popularização da culinária japonesa.