Foi assim com Clóvis Medina Coden, de Santa Maria, na região central do Estado, e com a família Vendruscolo, em São Miguel das Missões, nas Missões, que aumentaram o cultivo em 20 hectares e 200 hectares, respectivamente.
A chuva que caiu em janeiro, durante o período de seca em Santa Maria, trouxe alento à lavoura de Coden e fez a previsão de produtividade aumentar de 20 sacas de 60 quilos por hectare para 35 sacas por hectare.
– Com isso, conseguimos salvar a pátria. Nos ajudou ao menos a pagar os custos de produção – afirma o produtor.
Com 250 hectares da cultura plantados, Coden planejava colher 55 sacas por hectare. Apesar da decepção, agora, atraído pelas cotações em alta no mercado internacional, decidiu buscar neste ciclo o resultado que não veio na temporada passada, aumentando a área plantada para 270 hectares. A certeza de uma boa safra vem também com a venda antecipada de 15% da produção a R$ 65 a saca de 60 quilos. Além disso, a mesma chuva que veio para melhorar a situação da família no fim de janeiro tem marcado presença no início desta safra.
– A chuva está constante. Esse cenário todo nos dá uma esperança de ter a renda que não tivemos na safra passada. Temos mais ânimo de ir para a lavoura e trabalhar – ressalta Coden.
Preço segue em alta no primeiro semestre de 2013, diz analista
Segundo o analista de mercado Farias Toigo, cerca de 45% dos produtores já fizeram a venda antecipada do grão no Rio Grande do Sul. Mesmo que a cotação tenha sofrido baixa nas últimas semanas, a tendência é de recuperação no primeiro trimestre do ano, antes da entrada da safra sul-americana, e de preços acima dos registrados no final de 2011, quando a soja encerrou o ano perto de R$ 50 a saca de 60 quilos.
– O produtor tem de aproveitar esse momento para vender o produto, pois no segundo semestre deveremos ter uma queda nos preços com a entrada da safra americana – estima Toigo.
Na família Vendruscolo, o efeito nocivo da falta de chuva no ciclo do verão passado foi tanto que dos 6 mil hectares plantados com soja, 300 sequer foram colhidos e se transformaram em alimento para o gado por causa da falta de qualidade. O restante teve produtividade média de sete sacas de 60 quilos por hectare, quando a média estadual, conforme a Emater/RS, é de 45 sacas por hectare.
Para a safra atual, porém, a projeção é recuperar os ganhos. Por isso, 6,2 mil hectares serão cultivados com o grão. A expectativa é de rendimento médio de 50 sacas por hectare. No entanto, todo o investimento feito para este ciclo foi “com os pés no chão”.
– Reduzimos ao máximo os custos, porque tivemos problemas de renda, precisamos renegociar dívidas – afirma Diomedes Vendruscolo.