Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a sexta-feira, dia 16, com preços mais altos. O mercado foi impulsionado por sinais de boa demanda pelo produto dos Estados Unidos e pelo novo corte na estimativa para a safra da Argentina. Com esta alta, a posição maio consolidou a valorização semanal de 1%.
A Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (Nopa) informou que o esmagamento de soja atingiu 153,7 milhões de bushels em fevereiro. O número ficou acima do registrado em fevereiro de 2017, de 142,8 milhões de bushels. Os analistas esperavam 148,5 milhões de bushels para fevereiro. O volume foi recorde para o mês.
As exportações líquidas norte-americanas de soja, referentes à temporada 2017/2018, com início em 1º de setembro, ficaram em 1,269 milhão de toneladas na semana encerrada em 8 de março. O número foi 49% abaixo da semana anterior e 30% acima da média das últimas quatro semanas.
Para a temporada 2018/2019, foram mais 77,4 mil toneladas. Os analistas esperavam entre 700 mil e 1,6 milhão de toneladas, somando as duas temporadas. As informações foram divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Apesar da previsão de chuvas para os próximos dias, as perdas para a safra da Argentina são irreversíveis. A Bolsa de Cereais de Rosário cortou a estimativa para a safra de soja do país 2017/2018, em decorrência dos problemas climáticos. A safra deverá ficar em 40 milhões de toneladas, com redução de 6,5 milhões na comparação com o número anterior da entidade.
Para esta semana, o mercado deverá permanecer com as atenções voltadas para o clima na Argentina, mas outros fatores também chamam a atenção. A entrada da safra brasileira e as tensões comerciais entre China e Estados Unidos ganham maior relevância neste período.
Mercado interno
O mercado interno encerrou a sexta-feira pouco agitado nas principais praças de negócios do país. A firme demanda pelo produto norte-americano estimulou o mercado e a oleaginosa encerrou com ganhos de até 9 pontos nos principais vencimentos em Chicago.
Entretanto, o dólar recuou e neutralizou parte destes ganhos, trazendo oscilação mista para os preços do mercado doméstico. Com boa parte dos produtores aguardando melhores condições para negociar, o foco permanece na colheita do grão, que tá atinge 55,8% da área, segundo a Safras & Mercado.
O destaque ficou para o preço da oleaginosa no porto de Rio Grande (RS), que atingiu R$ 80,50 por saca, o maior valor desde 19 de dezembro de 2016.