Preço da soja puxa alta da inflação pelo IGP-M

Valor do grão respondeu por 55% da variação da segunda prévia de maio do índiceNa segunda prévia de maio, a inflação pelo IGP-M voltou a ser puxada pelos preços da soja. O chamado complexo soja, que inclui a soja em grão, o farejo de soja, o óleo em bruto e o óleo refinado, teve um contribuição de 0,68 ponto porcentual, o equivalente a 55% da variação de 1,24% registrada pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) no período.

A segunda prévia do IGP-M de maio ficou em 1,00%, em linha com os últimos resultados do IGP-DI (1,02% em abril) e IGP-10 (1,01% em maio), lembrou Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

— Essa alta na prévia do IGP-M foi exclusivamente do IPA. Os demais, IPC e INCC, não influenciaram — apontou Quadros.

A soja em grão subiu 9,45% na segunda prévia de maio, após já ter aumentado 9,90% na segunda prévia de abril. No farelo de soja, a alta foi ainda maior, de 13,85% na segunda prévia de maio, após um aumento de 9,07% na mesma leitura de abril.

O óleo de soja em bruto passou de uma variação de 10,94% na segunda prévia de abril para 4,89% na segunda prévia de maio. O óleo de soja refinado saiu de uma alta de 6,30% para 5,85% no mesmo período.

— A soja ainda está sendo um fator preponderante para a inflação, mas gradativamente vem perdendo participação relativa. O grão está chegando ao limite, mas a desaceleração ainda vai chegar aos derivados. A tendência é de que o aumento de preços comece a ceder — disse Quadros.

A contribuição do complexo soja aumentou de 0,62 ponto porcentual no IPA-M da segunda prévia de abril para 0,68 ponto porcentual no IPA-M da segunda prévia de maio. Entretanto, a fatia do complexo na taxa do IPA saiu de 80% para 55% no período.

— O complexo soja ainda está forte, mas dá sinais de que está perdendo força. A soja perdeu importância porque outros itens começaram a subir também — explicou o coordenador.