Segundo a Unica, as usinas têm priorizado a produção de açúcar, mas sem comprometer a de etanol.
A priorização do açúcar ocorre em função do preço do produto, que está quase 50% mais alto do que na última safra em função da queda na produção mundial. A Índia, um dos principais mercados, deverá produzir quase 12 milhões de toneladas a menos nesta safra. Ou seja, ao invés de ser exportadora, terá que importar açúcar, o que abre um grande espaço para o Brasil.
O Grupo Cosan vai destinar 55% da moagem à produção de açúcar. No ano passado, foram 40%. Mas o vice-presidente explica que nem todas as indústrias estão conseguindo fazer o mesmo para aproveitar o bom momento.
? Você não consegue, como muita gente pensa, produzir 100% de etanol ou 100% de açúcar. Não existe essa flexibilidade tão grande ? diz Mizutani.
No que depender do mercado, segundo o vice-presidente do Grupo Cosan, os preços do açúcar vão continuar em alta e ficar ainda melhores no ano que vem.
? Nesse ano, ainda há um grande contingente de produção aqui e o estoque da Índia ainda é alto, cujo estoque está cada vez mais sendo reduzido. Então, o ano que vem vai ser o boom do açúcar, mesmo na próxima safra, já que a Índia já não vai ter tanto estoque para consumir ela vai ter que importar mais.
No caso do etanol, a situação é diferente. A cotação do produto vem em baixa há pelo menos dois anos. As estimativas da Unica já apontam uma queda de 11% nas exportações, em função do preço do petróleo que tem caído e as dificuldades para enviar o produto aos Estados Unidos. Porém, segundo o executivo da Cosan, o baixo preço do etanol tem um lado bom e a situação deve ser revertida ainda este ano.
? O preço do etanol vai melhorar também esse ano. Só que no começo você tem que fazer esse preço cair para criar a demanda. O preço cai naturalmente porque existe mais oferta do que demanda ? finalizou Mizutani.