No acumulado de 12 meses, o índice geral aumentou 17,12%, patamar este sustentado pelos maiores preços da cana, que subiram 41,40%. A maior alta foi no índice de preços dos produtos vegetais (20,92%), já que o índice de preços dos produtos animais subiu 5,60%. Dos produtos analisados em outubro, 11 apresentaram alta nos preços, enquanto nove sofreram queda. As altas mais expressivas ocorreram nos preços da batata (41,46%); da carne suína (9,40%); do amendoim (7,80%); do leite C (4,72%) e do tomate para mesa (3,14%).
Segundo a nota, o final da safra de inverno reduziu a oferta de batata, revertendo a realidade de preços cadentes de meses anteriores. Já os preços da carne suína sofreram efeito da pressão da demanda, associada a um novo alento nas exportações do produto. Além disso, não há perspectiva de alteração da oferta no curto prazo. No caso do amendoim, os preços elevados em pleno plantio refletem a escassez relativa do produto neste período do ano, dizem os analistas do IEA. A tendência é de que seja estendida até o prenúncio da próxima colheita.
Quanto ao leite (“C” e “B”), as condições climáticas e o atraso das chuvas, que diminuíram a qualidade e a capacidade de suporte das pastagens, levaram à menor oferta do produto e majoração das cotações. Isto ocorreu em maior intensidade para o tipo “C”, que é mais dependente das pastagens. As recentes chuvas ainda não estão refletidas em alteração dessas condições, informam os pesquisadores.
No caso do tomate, aplica-se o mesmo raciocínio da batata. Ou seja, a elevação dos preços deve-se à dificuldades da colheita face às chuvas e à proximidade da finalização do atual ciclo produtivo. As quedas mais significativas foram verificadas nos preços da laranja para mesa (9,95%); da laranja para indústria (4,57%); dos ovos (4,39%); do café (3,91%) e do feijão (3,56%).
Acumulado do ano
Na análise da variação mensal dos índices de preços agropecuários nos últimos 12 meses, os pesquisadores do IEA apontam comportamentos distintos. Ou seja, os produtos vegetais crescem até maio último, com salto em decorrência do reposicionamento da cana na entrada da safra. Desde então, mostram queda bruta em junho-julho e vem se mantendo em patamar similar desde então.
Já os produtos animais mostram desempenho errático, com idas e vindas, de novembro de 2010 a abril deste ano. De abril a junho, apresentam queda expressiva, seguida de alta puxada pela carne bovina na entressafra e pela carne de frango com altos preços internacionais. Em setembro, mostram queda e em outubro, ascensão, numa realidade em que todos os índices convergem levemente para cima.
O comportamento dos preços agropecuários paulistas foi fortemente influenciado pelo preço da cana-de-açúcar, cujos reajustes na entrada da safra pressionaram os índices para cima, explicam os autores da análise. Quando se exclui esse importante produto, verifica-se que a reversão de tendência dá-se em março, com nítida trajetória descendente dos preços definindo o comportamento dos preços em geral na mesma direção.
Os maiores incrementos, no período de 12 meses, ocorreram nos preços do tomate para mesa (91,19%); do café (55,61%); da cana-de-açúcar (41,40%); do milho (29,91%); do leite C (18,00%); dos ovos (16,63%); do leite B (14,45%) e da carne de frango (7,02%), que apresentaram elevações de preços maiores que a inflação do período. Tiveram preços majorados, mas inferiores ao patamar inflacionário, a banana nanica (6,52%), a soja (2,96%) e o amendoim (1,30%).
Com recuos moderados estão a carne bovina (0.91%) e o trigo (5,15%). Reduções elevadas foram apresentadas pelos preços da laranja para mesa (48,31%); da laranja para indústria (43,13%); do feijão (29,34%); do algodão (19,25%); do arroz (18,39%); da carne suína (14,57%) e da batata (14,10%).
Em síntese, nos últimos 12 meses, um conjunto de 11 dos 20 produtos componentes do índice apresenta preços maiores, enquanto um conjunto de nove produtos tem preços inferiores. Logo, no conjunto, os preços agropecuários mostram viés de alta, comparativamente às cotações do ano anterior, concluem os pesquisadores do IEA.