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Preços do algodão estão em queda no mercado interno

No mercado externo, no entanto, os preços estão em alta; a explicação para a tendência inversa no Brasil é a baixa demanda da indústriaCom o câmbio em baixa nos últimos anos, a indústria têxtil não conseguiu acompanhar o crescimento da produção de algodão. Como resultado, produtores lucraram menos com plantações. Os preços no mercado interno estão em queda, mas a tendência é inversa no mercado externo, onde os preços estão em alta.

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A baixa demanda interna e a disparidade entre o preço ofertado pelo comprador e o pedido pelo produtor limitaram as negociações da pluma em fevereiro, segundo pesquisadores do Cepea. Nesse cenário, os preços recuaram no mercado brasileiro. No acumulado de fevereiro, o Indicador Cepea/Esalq com pagamento em oito dias caiu 2,61%, fechando a libra-peso a R$ 2,2385 na semana passada.

– A indústria nacional não tem acompanhado o crescimento das lavouras de algodão e, com o câmbio em baixa, os produtores sofreram muito – aponta o vice-presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abrapa), João Carlos Jacobsen.

A boa notícia, segundo Jacobsen, é que a cotação do algodão na bolsa de Nova York está em alta, de janeiro até agora a alta foi de quase 13%. além disso, o preço da arroba da pluma está em torno de R$ 73 no mercado interno, valor que já remunera os produtores.

Estoques baixos

Caso a demanda interna estivesse aquecida, as cotações estariam subindo, pois há pouco produto estocado, segundo o vice-presidente da Abrapa, há uma quantidade mínima de produtores que conseguiram segurar o estoque. Além disso, no ano passado a produtividade foi muito baixa, devido aos ataques da lagarta helicoverpa e aos problemas com o clima.

– Nós não conhecíamos essa lagarta e não tínhamos noção que era um ataque tão forte – diz Jacobsen.

Jacobsen diz que, mesmo tendo sido liberado para a Bahia, na prática os produtores ainda não conseguiram utilizar o benzoato de emamectina. Mas, para a safra atual, eles aprenderam a trabalhar com a helicoverpa e estão usando mais variedades transgênicas na safra, de modo que os produtores esperam uma colheita melhor.

A Bahia também enfrentou uma estiagem significativa, mas pontual, e a cultura do algodão praticamente não foi afetada. O algodão tem uma resistência muito grande e o Estado já está na época de chuvas.

– As lavouras estão muito bonitas – diz Jacobsen.

As lavouras baianas de algodão estão na fase de desenvolvimento vegetativo, iniciando a fortificação. A colheita deve começar em meados de junho e os produtores acreditam que, se chover bem até abril, terão alta produtividade.

– Quando entrar a safra no meio ao ano, os preços devem ficar sustentados, pois estamos sem estoque – finaliza Jacobsen.

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