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Preços de alimentos devem demorar a desacelerar, projeta economista da FGV

Para Salomão Quadros, processo deve acontecer apenas no fim do semestre e com os preços em um patamar mais elevado do que o esperadoOs alimentos devem dar um alívio à equipe econômica, mas o processo de desaceleração de preços deve acontecer apenas no fim do semestre e com os preços em um patamar mais elevado do que o esperado, de acordo com projeções do economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) Salomão Quadros, divulgadas na segunda, dia 18. Ele ressalta ainda que os alimentos que fazem parte da safra recorde de 2013 não têm o mesmo peso na composição do indicador oficial da inflaç

O crescimento da safra é pautado, sobretudo, por uma expansão da produção da soja. Do total de 22 milhões de toneladas de acréscimo da safra neste ano em comparação a 2011, 17 milhões de toneladas serão de soja. No entanto, o grão não possui grande peso na formação do IPCA, segundo Quadros.

No mesmo sentido, o feijão, que registrou um aumento de produção de 30% neste ano, na inflação no atacado medida pelos Índices de Preço ao Atacado (IPA), da FGV, apresenta variação positiva de preço de 20%, em sentido oposto à oferta, exemplifica Quadros.

– Uma safra recorde não necessariamente conduz a uma super desaceleração da inflação de alimentos. Seria preciso que vários produtos tivessem super oferta, o que não está acontecendo e, em muitos casos, porque os estoques estão reduzidos – declarou o economista.

Quadros acredita que a inflação pode recuar no segundo semestre, “mas não vamos achar que a alimentação permitirá conforto”. A desoneração da cesta básica de alimentos poderá contribuir para conter os preços, acredita. Porém, há uma preocupação com a pressão vinda dos setores de serviços e industrial.

– A gente pode esperar alguma coisa de pressão de custo sobre preços finais de bens de consumo. Commodities, preços da celulose, nafta são algumas preocupações. Não enxergamos nada que favoreça desaceleração no segundo semestre.

Pelos cálculos do Ibre/FGV, o saldo das últimas medidas do governo é de uma contenção de 0,4% no IPCA. A retomada da cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os bens duráveis puxou para cima a inflação em 0,4%, enquanto o reajuste do preço da gasolina e do diesel pesou sobre a inflação em mais 0,2%. A redução da tarifa de energia elétrica conteve a inflação em 0,6% e a desoneração da cesta básica deve puxar o IPCA para baixo em mais 0,4%. 

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