Ele avalia que o mundo deve se concentrar na estabilização dos preços e na garantia de que todas as pessoas tenham acesso a alimentos nos custos existentes.
? Os mercados podem definir preços, mas os governos precisam permitir que os pobres tenham acesso. A grande e urgente questão é a flutuação dos preços ? acrescentou, destacando que os elevados preços das commodities agrícolas estimulam mais produção e devem ser bem-vindos ? disse.
Naeini afirmou que não enxerga uma relação estrutural entre as baixas taxas de juros nos países ricos e os elevados preços dos alimentos.
? A especulação nos mercados financeiros representou um papel no recente salto dos preços dos alimentos. Mas é apenas um fator e não o principal fator ? ponderou.
Ele entende que diversos fatores estão por trás da crise alimentar de 2007 e 2008, como a elevação dos preços do petróleo (que afetam os combustíveis, fertilizantes e outros insumos agrícolas); o aumento das populações e o rápido crescimento da renda em algumas economias emergentes; as mudanças climáticas; e em alguma medida os subsídios para o etanol. Naeini acredita que esse momento de crise marcou a inversão na tendência de queda de três décadas no preço das commodities agrícolas.
? Agora, felizmente não estamos em crise, mas estamos enfrentando preços altos ? observou.
O iraniano disse que as economias que crescem mais rapidamente, como China e Índia, devem começar a ter mais responsabilidades sobre as famílias pobres de outros países, enquanto os países mais ricos devem se esforçar para garantir a aprovação da Rodada de Doha. A alta dos preços pode ajudar os países mais ricos a reduzir seus “enormes” subsídios agrícolas e também pode estimular a produção em países pobres, se o comércio for mais aberto, diz.
O diplomata chefiou o braço governamental da FAO durante quatro anos, período em que liderou o “Plano Imediato de Ação para Renovação da FAO”. Prometendo combater a burocracia na entidade, Naeini, que tem 66 anos, garantiu que vai ocupar a diretoria-geral por apenas um mandato de quatro anos, caso seja eleito. Os últimos dois diretores ocuparam o cargo por 18 anos cada um.