? Os produtores, no período em que o clima está prejudicando a lavoura e a qualidade dos grãos, tendem ou a reter um pouco o estoque a espera de preços melhores ou a terem dificuldades de colocar o produto no mercado. Regularizando o clima, os preços tendem a subir menos ? explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar da queda em maio e do impacto sobre o IPCA, o grupo alimentos e bebidas já acumula alta de 5,48% no período de janeiro a maio. O aumento do produto nesses três primeiros meses já é maior que a variação registrada pelo grupo em todo o ano passado.
? Os (preços dos) alimentos, apesar de terem reduzido a taxa de abril para maio, continuaram muito altos. Já passaram dos 5% este ano e o resultado é maior do que de todo o ano passado quando aumentou 3%. Isso, por enquanto, significa apenas que o brasileiro está pagando mais caro pelos alimentos. Por enquanto, as pessoas não estão sentindo essa desaceleração porque na verdade os preços ainda não caíram ? afirmou Eulina.
Outros itens também pressionaram o índice em maio, como energia elétrica, que sofreu reajuste em importantes cidades do país, como o Rio de Janeiro, os remédios que aumentaram e os combustíveis que, apesar de terem continuado caindo, tiveram uma queda mais amena do que vinha sendo registrado nos meses anteriores.
Com esse último registro, o IPCA, construído a partir da pesquisa de preços de uma cesta de produtos e serviços que incluem entre outros itens alimentos, habitação, vestuário e transporte, fechou o acumulado do ano (janeiro a maio) com variação de 3,09%, acima da taxa registrada no mesmo período de 2009, que foi de 2,20%. No acumulado dos últimos doze meses, o índice ficou com 5,22%.