No setor de alimentos, em junho, as variações médias de preços foram de -0,79%, o primeiro resultado negativo desde janeiro, -1,91%. Com isso, no acumulado no ano até junho, houve uma variação de 7,98% e, na comparação junho de 2020 contra junho de 2019, de 17,38%.
O destaque dado ao setor se deve ao fato de ter sido a terceira maior variação (em módulo) de preços na comparação com igual mês de 2019 e, na perspectiva da influência, a terceira na comparação junho 2020/maio 2020 (-0,20 p.p., em 0,61%), a segunda no acumulado (1,88 p.p., em 3,94%) e a primeira na comparação junho 2020/junho 2019 (3,85 p.p., em 6,38%).
Dos quatro produtos destacados em termos de variação, três são derivados de leite, todos com variações positivas de preços, em linha com o período de queda da captação nas bacias leiteiras em época de seca. O “leite esterilizado/UHT/longa vida”, que aparece na lista de maiores variações, também se destaca em termos de influência, e é a única variação positiva entre os quatro produtos.
As variações negativas recaíram em produtos da pauta de exportação, portanto, que sofreram o impacto de uma apreciação do real frente ao dólar de 7,9%. No caso dos derivados de soja, vale dizer que o estoque mundial está em alta com o fim da colheita na Argentina. Seja como for, os quatro produtos destacados tiveram influência de -1,51 p.p., em -0,79%, o que quer dizer que 0,72 p.p. foi a influência dos demais (39) produtos que compõem a seleção do setor.
No que tange aos grupos abertos do setor, a situação vista em termos de produto se solidifica. Os grupos cujos preços variaram positivamente foram: “laticínios” (12,55%), “moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais” (1,75%) e “torrefação e moagem de café” (0,94%). Por sua vez os preços de “abate e fabricação de produtos de carne” (-0,93%), “fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais” (-1,69%) e “fabricação e refino de açúcar” (-9,25%), setores que englobam os produtos de maior peso no cálculo do setor, variaram negativamente.