Preços da cana-de-açúcar inviabilizam aquisições, diz presidente da Cosan

Conforme Marcos Lutz, Raízen pode não atingir meta de produzir 100 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até 2015/2016A Raízen pode não atingir a meta de produzir 100 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até 2015/2016 de acordo com o presidente da Cosan, Marcos Lutz. Ele disse que, para atingir essa capacidade de moagem, a empresa terá de crescer por meio não só da expansão orgânica das unidades já existentes, mas também de aquisições e da construção de novas unidades.

? A expectativa era, contudo, de que na safra que termina agora a empresa fizesse aquisições, o que não ocorreu ? afirmou.

O motivo, segundo ele, é que os preços da cana estão inviáveis, acima de US$ 150 por tonelada. O executivo explica que uma aquisição só seria competitiva com a tonelada de cana em torno de US$ 100. Além disso, problemas climáticos reduziram a oferta de cana da empresa. Atualmente, as 24 usinas da Raízen possuem uma capacidade de moagem de 65 milhões de toneladas, mas na atual safra só serão processadas 53 milhões de toneladas. Lutz afirma que essa capacidade de 65 milhões de toneladas só será totalmente ocupada daqui a duas safras, ou seja, em 2014/2015.

O executivo pondera que no planejamento estratégico feito pela Raízen existe a meta de crescer 10 milhões de toneladas na safra 2012/2013 por meio de aquisições, mas se os preços não estiverem competitivos para a indústria se repetirá a situação de 2011, que foi a ausência de compras.

De todas as opções de crescimento apontadas pela Raízen, a mais factível seria a de crescimento orgânico, ou seja, a melhoria da eficiência de usinas em atividade, com a troca de maquinário e o aumento da oferta de cana. Por exemplo, na próxima safra, 2012/2013, a Cosan espera aumentar a moagem em 2 milhões de toneladas apenas com o crescimento orgânico, sem aumento da área plantada.