Preços compensam e 25% da safra de soja já foi negociada

Analista recomenda que produtores fiquem de olhos abertos para o mercado interno que há chance de bons negócios

O plantio da safra 2016/2017 de soja ainda deve demorar pelo menos duas semanas e começar no dia 15 de setembro, com o fim do período de vazio sanitário, fato que não impediu os produtores de comercializar parte do que será colhido em meados de março do ano que vem. Segundo a consultoria Safras & Mercado, as vendas antecipadas somaram 25%, das 103 milhões de toneladas previstas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA na sigla em inglês) para a safra de soja do Brasil.

Apesar das perspectivas de vendas mais lentas este ano, devido a incertezas sobre o clima, dólar e cotações, o volume negociado está dentro da média anual do país, conta o analista Luiz Fernando Roque, da Safras. “O produtor conseguiu aproveitar o momento interessante no inicio da temporada para travar uma parte de sua safra”, afirma. ”Agora as cotações caíram um pouco, mas isso não significa que não existam bons negócios pela frente.”

O dólar mais baixo e as cotações lentas no mercado de Chicago são sinais de atenção para os produtores, que ficam apreensivos quanto ao futuro dos preços da oleaginosa. Entretanto Roque garante que nem tudo é ruim nesse cenário, afinal a baixa oferta do grão no mercado interno brasileiro ajudou a elevar os preços por aqui. “Dá para conseguir preços interessantes ainda, o produtor precisa ficar atento ao mercado interno que as oportunidades irão aparecer”, garante ele.

O analista explica ainda que o mercado mundial já assimilou e precificou essa super safra americana de soja, por isso as cotações não estão caindo tanto quando imaginavam os analistas. “A demanda internacional ganhou força e isso está segurando um pouco os preços em Chicago. A tendência no próximo ano, é dos preços firmes, principalmente com a China voltando as compras”, finaliza Roque.