Preços e consumo pautam debates da Abertura Oficial da Colheita do Arroz no RS

Evento iniciou nesta quinta e conta com oficinas e cursos sobre a importância da ingestão do grãoPreço e comercialização do arroz estão em debate na programação da Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que iniciou nesta quinta, dia 23, em Restinga Seca, no Rio Grande do Sul. O Estado deve colher cerca de 7,8 milhões de toneladas do grão nesta safra. O número é menor do que o registrado no ano passado, em função da redução da área e do uso de tecnologia. Ainda assim, o preço médio da saca está em R$ 25,00, abaixo do custo de produção, de R$ 35,00, e do preço mínimo, de R$ 25,80.

Além da cotação, o consumo também entra na pauta do evento. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo médio per capita de arroz no Brasil é de 160 gramas por dia. A ideia dos dirigentes do setor expressa na feira através de cartazes é promover o aumento do consumo e reduzir os excedentes do grão no país, segundo explica o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Renato Rocha.

– Nós temos um excedente por volta de 2,5 milhões de toneladas de arroz. Bastaria cada brasileiro comer uma colher a mais de arroz por dia que estaria resolvido o problema de excedente de produção. Então, é muito pouco que tem que alimentar o consumo e tem um trabalho fabuloso para fazer. É um beneficio muito grande para a sociedade brasileira, nesse sentido, fazendo a provocação às cadeias produtivas e também ao governo do Estado e governo federal. Já fizemos apresentações na Câmara Setorial do Arroz ao Ministério da Agricultura. O evento vai trabalhar muito isso – discorre.

A partir desta sexta, dia 24, oficinas e cursos mostrarão a importância da ingestão do grão e as alternativas para consumo do cereal, especialmente ao lado do feijão, tradicional prato brasileiro.

– O arroz faz parte da base da pirâmide alimentar, de onde a gente usa para explicar sobre alimentação saudável. E isso é responsável por gerar a energia para nossa saúde, para a gente correr, andar, trabalhar. É essencial. O que a gente recomenda é um consumo moderado deste cereal, assim como os demais alimentos, onde a gente vai ter o carboidrato e a proteína do feijão, que responsável pela constituição dos nossos tecidos – diz a nutricionista da Emater Bruna Bortolotto.

Além dos benefícios do consumo de arroz e feijão, os consultores apostam também na melhora da qualidade de vida, fazendo da alimentação caseira uma forma de integrar a família, de acordo com Cléo Amaral, nutricionista do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).

– Com o estilo de vida que o tempo é uma coisa preciosa, a gente busca facilitar nossa rotina na nossa casa, para que as donas de casa e os companheiros sejam também participantes. Então, a gente resgata esse tempo. Se administrem, façam uma gestão. De que forma eu tenho que fazer as minhas preparações? Por exemplo, no almoço, geralmente, a gente faz o arroz e os complementos e à noite vamos fazer então uma torta de arroz. É uma preparação rápida, fácil de fazer e estará resgatando aquele momento de confraternização com a família. E vai promover a saúde, que é o ponto chave do nosso trabalho – aponta.

Arroz mais Feijão será o tema principal do Fórum do Arroz, que o Canal Rural transmite ao vivo nesta sexta, a partir das 14h.