O mercado brasileiro de trigo segue operando com reportes pontuais de negócios e preços firmes. No Paraná, a tonelada do cereal tipo 01 é cotada a uma média de R$ 1.433 no FOB interior.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, isso corresponde a uma alta de 1,9% em relação à semana passada e de 7% quando comparado ao mesmo momento do mês anterior.
No Rio Grande do Sul, a indicação média nas principais regiões de produção é de R$ 1.345/toneladas, com ganhos de 1,5% e de 3,9% quando comparada à da semana e à do mês passado, respectivamente.
“Os preços atuais são os maiores desde o início de julho de 2023. No lado comprador, muitos moinhos têm estoques longos, que permitem passar por quase toda a entressafra, e estão reticentes em entrar no mercado aos preços atuais”, diz.
Segundo ele, aqueles que precisam de aquisições imediatas, encontram um produtor elevando preços e pouco flexível em suas pedidas. “Na queda-de-braço da formação de
preços, os argumentos dos vendedores no momento são mais fortes: custo de importação se elevando de forma expressiva e pouco trigo de boa qualidade disponível no mercado”, analisou Bento.
Trigo em Chicago
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços significativamente mais altos. Após alguma volatilidade, o mercado se consolidou no território positivo, fechando perto da máxima do dia, que também é o maior nível desde 31 de julho do ano passado.
Os principais fatores altistas são o clima adverso no Mar Negro e o acirramento das tensões entre Rússia e Ucrânia. Além disso, a piora nas lavouras dos Estados Unidos também atuou
positivamente.
No fechamento, os contratos com entrega em julho eram cotados a US$ 6,97 1/2 por bushel, alta de 8,75 centavos de dólar, ou 1,27%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em setembro de 2024 eram negociados a US$ 7,17 1/2 por bushel, ganho de 8,75 centavos, ou 1,23% em relação ao fechamento anterior.
Lavouras norte-americanas
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou dados sobre as condições das lavouras norte-americanas de trigo de inverno. Segundo o órgão, até 19 de maio, 49% estavam entre boas e excelentes condições (o mercado esperava 51%), 33% em situação regular e 18% em condições entre ruins e muito ruins.
Na semana passada, as condições se dividiam em 50%, 32% e 18%, respectivamente.
Já sobre a evolução do plantio das lavouras de trigo primavera. Até 19 de maio, o plantio estava apontado em 79%. O mercado esperava 76%. Na semana passada, eram 61%. Em igual período do ano passado, os trabalhos chegavam a 57%. A média dos últimos cinco anos é de 65%.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,23%, sendo negociado a R$ 5,1162 para venda e a R$ 5,1142 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,0842 e a máxima de R$ 5,1247.