Para a coordenadora de pesquisas de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes, a principal razão para o resultado foi uma oferta alta de alimentos.
– A safra do Brasil está estimada em cerca de 192 milhões de toneladas de grãos, isso significa mais de 2% acima da safra anterior. Além disso, a safra de outros países importantes do mundo também tem sido anunciada como muito boa, e com isso os índices de inflação de alimentos do mundo vêm recuando – avaliou.
As principais quedas em julho foram da batata-inglesa (-18,84%), do tomate (-17,33%), e do feijão fradinho (-7,54%). A farinha de mandioca, componente de peso na mesa dos nordestinos, caiu 3,46%. Entre os alimentos que encareceram, estão os laticínios, como o leite (2,16%), o queijo (1,82%) e o leite em pó (0,87%).
– Os alimentos, destacando os consumidos no domicílio, vêm caindo sucessivamente nos últimos tempos. Em julho, mostraram uma queda de 0,15%, que, embora o consumidor não sinta no seu próprio bolso, porque os preços estão relativamente altos, foi muito importante para conter a taxa do IPCA no mês – disse.
A única região metropolitana que registrou inflação nos alimentos consumidos em casa foi São Paulo, onde foi constatada alta de 0,25%. Em Campo Grande, os preços chegaram a cair 2,26%. Quando analisados os alimentos consumidos fora da residência, Fortaleza (0,09%) e Rio de Janeiro (0,10%) têm as menores taxas; e Brasília, com 1,5%, a maior.
Apesar das quedas nos últimos meses, a inflação dos alimentos continua acumulada acima do índice geral, com 7,69% em 12 meses, contra 6,5% da composição de todos os grupos. Nos sete meses de 2014, a taxa acumula 4,91%, também superior ao IPCA de 3,76%.