? Quem apostar na produção não vai se dar mal ? afirmou após participar do 1º Congresso da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), em São Paulo.
Guimarães argumentou que os preços dos produtos agrícolas estão em um novo patamar por causa de mudanças estruturais na demanda por alimentos e energia no mundo.
? As mudanças na matriz energética de países como os Estados Unidos e a forte e permanente elevação de renda em emergentes, como a China, vão manter a demanda pressionada nos anos à frente. Vamos ter de conviver com níveis mais elevados de preços ? disse.
Ele considera que a tendência é de alta no médio e longo prazo, embora alguns produtos possam apresentar momentos de baixa, como o algodão neste momento.
? As cotações tinham subido demais e é natural que se ajustem ? afirmou.
Em palestra realizada na abertura do evento, Guimarães relativizou a atual onda de elevação dos preços agrícolas e seu impacto sobre a inflação ao consumidor no Brasil e no mundo.
Segundo ele, em termos reais, os valores atuais estão em níveis menores do que em meados da década de 1970, quando a relação entre consumo e estoques mundiais de grãos esteve mais apertada que a atual.
? Numa perspectiva de prazo mais longo vemos que, inclusive, os preços agrícolas contribuíram para certa estabilidade da inflação ? argumentou.
Nos anos à frente, porém, ele vê com preocupação a tendência de queda na produtividade agrícola mundial e a aceleração do consumo, que tem superado a produção dos principais grãos (soja, arroz, trigo e milho).
? O rendimento das lavouras já é alto em grandes produtores, como a União Europeia e os Estados Unidos, e deve crescer num ritmo muito menor ? afirmou, observando que o aumento da produtividade em países como o Brasil e Argentina deve continuar a crescer de forma expressiva nos próximos anos.
? Um dos efeitos desse cenário é que a elevação dos preços vai tornar realidade a produção agrícola em regiões do mundo onde hoje ela não é economicamente viável ? afirmou.