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Preços elevam área plantada para a segunda safra de grãos no Paraná

Safra de grãos de verão 2012/2013 deve atingir um volume 27% maior em relação à safra anteriorAs boas perspectivas do mercado de grãos deverão provocar aumento na área plantada para a segunda safra de milho, soja e feijão no Paraná, indica um levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. A safra de grãos de verão 2012/2013 deve atingir um volume de 22,8 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 27% em relação à safra anterior (2011/2012), prejudicada pela seca prolongada ocorrida no ano passado.

– Os indicadores de oferta, demanda e estoques mundiais apontam para a manutenção da tendência de preços elevados por pelo menos mais uma safra – afirma o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni.

Segundo ele, os produtores têm boas chances de lucros em 2013, já que as condições de mercado são boas tanto para a primeira quanto para a segunda safra de grãos.

Simioni acredita que deverá haver um recuo nos preços dos grãos durante a fase de colheita da safra de verão, entre fevereiro e março, quando há concentração da entrada dos grãos no mercado. Mas, de acordo com ele, será apenas uma “bolha” e a tendência dos preços é seguirem firmes porque os estoques mundiais estão baixos.

O plantio de milho safrinha, que começa no início de 2013, desponta como a grande aposta do produtor paranaense na segunda safra de grãos. A previsão é de área e produção recordes, se não houver frustrações com o clima.

Segundo projeção do Deral, a área plantada com milho da segunda safra em 2013 deve atingir 2,08 milhões de hectares, o que corresponde a um aumento de 2% sobre o plantio realizado no início deste ano. A produção deve chegar a 11,4 milhões de toneladas, o maior volume em milho da segunda safra já colhido no Paraná, prevê a engenheira agrônoma Juliana Tieme Yagush.

De acordo com a técnica, além da tradição de plantar mais milho na segunda safra, a escolha este ano é influenciada pelo mercado firme, com bons preços para o grão no cenário interno e externo. Com a quebra na safra de grãos norte-americana este ano, os estoques mundiais de milho estão baixos e o Brasil vem ocupando espaço nas exportações do grão. O preço médio do milho pago ao produtor paranaense em dezembro deve ser de R$ 28,00 a saca/60 quilos – valor considerado bom e capaz de remunerar os custos de produção.

Soja

O plantio de soja da segunda safra, ainda pequeno no Paraná, também cresce. Conforme previsão do Deral, a área plantada deve crescer 33%, passando de 61.860 hectares no inicio deste ano para 82.350 hectares, que serão plantados no início de 2013. Mantida a regularidade do clima, a produção avançará 56%, passando de 104 mil toneladas colhidas em 2012 para 162,6 mil toneladas, que poderão ser colhidas no primeiro semestre de 2013.

Segundo o economista Marcelo Garrido, do Deral, os produtores querem aproveitar o bom momento da soja, com preços em alta, em torno de R$ 68,50 a saca.

Feijão

O feijão da segunda safra é outra cultura que apresenta boas perspectivas de ganhos para o produtor. O plantio começou neste mês de dezembro, com 4% da área já plantada na região de Ponta Grossa. O levantamento do Deral informa um crescimento de 2% na área plantada, que passou de 224.768 hectares na safra anterior para 230.125 hectares em 2013. A produção deve avançar de 344 mil toneladas para 427 mil toneladas.

De acordo com o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Salvador, quem optou pelo feijão tem a expectativa de conseguir uma boa renda devido ao aumento de produtividade em muitas áreas onde predomina o cultivo tecnificado, e pelo ciclo curto da cultura, que é de apenas 90 dias.

– Realizar uma venda de feijão a R$ 150,00 a saca em pouco tempo significa renda no bolso no produtor – ressaltou.

Culturas de verão 2012/2013 – A safra de grãos de verão 2012/13 deve atingir um volume de 22,8 milhões de toneladas. Este ano o clima está mais favorável, mas existem alguns problemas pontuais, como a ocorrência de chuvas irregulares e esparsas.

Simioni destaca que, de acordo com as informações de campo, o desempenho do clima emdezembro será o fiel da balança para o desenvolvimento das grandes culturas de verão, como soja, milho e feijão, que estão em fase de floração e frutificação e precisam de mais chuvas nesse período.

– No geral, o desempenho das lavouras está melhor que no ano passado – comparou.

Segundo o diretor do Deral, aproveitando a boa fase de comercialização este ano o produtor paranaense já antecipou as vendas de 35% do volume de soja e de 13% do milho que ainda estão no campo.

A soja de verão passou por nova reavaliação de área, ocupando 4,4 milhões de hectares, com previsão de produção de 15,27 milhões de toneladas. O volume é 41% superior ao da safra anterior, prejudicada pela seca prolongada do final do ano passado e início deste ano.

O milho da primeira safra também está com bom desempenho e aponta para uma colheita de 7 milhões de toneladas, volume 6% acima da safra passada. Cerca de 37% das lavouras de milho estão em desenvolvimento vegetativo, 49% em floração e 23% em frutificação.

O feijão da primeira safra já está com 16% da área colhida. A previsão do Deral aponta para uma colheita de 349.537 toneladas, o mesmo volume da safra anterior. Segundo Salvador, o potencial produtivo da cultura foi reduzido em cerca de 4% por causa de fatores climáticos durante o desenvolvimento da lavoura como a falta de chuvas, ventos frios e geadas.

A colheita de trigo da safra 2012 já está encerrada com uma produção de 2,12 milhões de toneladas. Segundo o engenheiro agrônomo Carlos Hugo Godinho, houve uma pequena quebra na produção, em torno de 5% em relação à previsão de safra inicial, mas o aumento na qualidade do grão e os bons preços praticados no mercado estão compensando o produtor.

A mandioca é outro produto cultivado no Paraná que passa por um bom momento na comercialização, com um aumento de 45% nos preços pagos ao produtor. No ano passado ele recebia R$ 244,00 a tonelada, e este ano está recebendo R$ 353,00 a tonelada da raiz. Segundo o economista Methódio Groxco, responsável pela cultura no Deral, o produtor de mandioca no Paraná está enfrentando um dilema que é a falta de mão de obra no campo.

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