Apesar de as exportações do agronegócio estarem no caminho para bater o volume recorde embarcado em 2013, o faturamento em dólar deve diminuir pelo segundo ano consecutivo, devido ao recuo dos preços no mercado internacional. A análise é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
Mesmo com o real apresentando uma desvalorização de 15% entre janeiro e setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado, os preços das commodities em dólar baixaram 18,7%. “Com isso, em reais, os preços de venda ao exterior estiveram 6% menores”, diz o Cepea em relatório.
Até setembro, a diferença entre volume e preços em dólar estava em 12%, representando um saldo negativo de US$ 67 bilhões. A expectativa é de que a desvalorização do câmbio ajude a compensar o problema, mas o ganho será de apenas 2,5%.
Quase todos os produtos apresentaram recuo nos preços de exportação, com exceção do café, que se beneficiou com uma valorização de 3,02%. O etanol apresentou a maior baixa (-25,1%), seguido pela soja em grão (-24,4%), farelo de soja (-23,12%), carne suína (-21,9%), óleo de soja (-19,2%), açúcar (-16,2%), carne de aves (-13,1%), milho (-12,1%), frutas (-8,33%), suco de laranja (-8,21%), carne bovina (-6,69%), celulose (-6,22%) e madeira (-5,77%).
De acordo com o Cepea, madeira, celulose, carne bovina, suco de laranja, frutas, milho e das carnes de aves conseguiram ter seus preços internalizados em reais maiores que os do mesmo período do ano passado. O câmbio não foi suficiente para compensar toda a queda do preço externo para o complexo da soja, carne suína, açúcar e o etanol.