Para os produtores brasileiros, o dólar valorizado frente ao real vem atenuando a queda e deve contribuir com as exportações. A indústria de proteína animal brasileira vem passando por condições de mercado muito positivas nos últimos tempos, o que deve promover o fortalecimento da demanda interna de milho em 2015. Como resultado, os preços locais ainda mantêm algum potencial de valorização, especialmente em locais próximos a grandes centros de consumo.
De acordo com estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), em 2014/2015 a produção mundial de milho deverá totalizar 988 milhões de toneladas. Porém, com a demanda esperada em 968 milhões de ton, se espera a formação do maior nível de estoques globais em 16 anos: 189 milhões de ton. Essa conjuntura tem resultado no arrefecimento dos preços internacionais. Em janeiro, as cotações em Chicago recuaram 6%, a US$ 3,89/bushel.
A retração das cotações internacionais vem desestimulando o plantio em importantes regiões produtoras do cereal. No Brasil, segundo a Conab, uma redução de 7,5% da produção é esperada para a colheita de verão, projetada em 29,2 milhões de ton. Além disso, o Rabobank também antecipa uma retração próxima a 10% na produção de milho segunda safra. Assim, se espera que, no total, o Brasil produza 72 milhões de ton de milho em 2015, contra 79,9 milhões de ton em 2014.
Porém, a retração pode se revelar ainda maior. Este ano, os atrasos na semeadura de soja deverão elevar os riscos para a produção do milho de segunda safra. O plantio mais tardio pode implicar em menores produtividades de milho devido ao risco de clima mais seco ao final do ciclo.