Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice dada a sua importância na ponderação dos produtos, o IqPR tem alta de 5,38%, e o IqPR-V, puxado pela expressiva alta da laranja para indústria, fecha com ascensão de 10,24%.
No período analisado, 14 produtos tiveram alta de preços, e cinco apresentaram queda. Chama a atenção, entretanto, o relevante conjunto de produtos cujos preços configuram uma situação de acomodação com variações pouco pronunciadas para cima e para baixo, como a banana nanica, o café, a cana-de-açúcar, o milho, a soja, o trigo, as carnes, o leite (B e C) e os ovos.
Os responsáveis pela elevação
Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas nesta quadrissemana foram a laranja para indústria (41,10%), o tomate para mesa (16,36%), a laranja para mesa (12,72%), o feijão (6,43%) e o amendoim (5,83%).
Na laranja para indústria, os preços foram puxados para cima pela demanda internacional. Por outro lado, os preços no mercado interno também se elevaram, apesar de uma estabilização nos primeiros 15 dias de junho.
Para o tomate, os preços apresentam-se dentro do padrão normal de comportamento para a época. Em função dos valores anteriores muito baixos, a reversão de tendência no mercado de perecíveis reflete-se em variações de amplitudes elevadas.
Os valores cobrados pelos produtores paulistas de feijão mostram alta em ritmo menos acelerado que nas quadrissemanas anteriores. Mantidas as expectativas, a tendência esperada consiste em movimentos menos pronunciados, reflexo da reação do consumidor à disparada desproporcional dos preços do feijão novo no varejo.
No caso do amendoim há também evidências de acomodação progressiva do movimento de preços mais altos decorrentes da menor safra, devido principalmente à menor disponibilidade das áreas de renovação de canaviais. Ainda assim, as expectativas são de valores ascendentes.
As quedas mais acentuadas
Os produtos que apresentaram as maiores quedas na segunda quadrissemana de junho foram a batata (37,30%) e a algodão (4,72%).
Os preços da batata derivam da diferença entre o alto valor cotado na entrada de safra, quando a oferta ainda é reduzida, e os valores mais amenos das últimas semanas, fruto de uma maior oferta da olerícola no mercado.
A queda de preços do algodão é atribuída à liquidação de estoques retidos por produtores. No mercado internacional de fibras têxteis vegetais, as condições de financiamento na realidade cambial atual são favoráveis à importação, na medida em que a expectativa de alta das taxas de juros internos favorece ganhos financeiros nessas operações de importação.