? Não só existe um risco, mas já houve protestos em algumas partes do mundo por causa da alta dos preços ? afirmou Jacques Diouf, diretor da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a repórteres.
Diouf referiu-se à saída do veterano mandatário da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, em uma revolta popular em 14 de janeiro.
? Alguns governos se viram em difíceis situações e um deles inclusive caiu ? apontou.
Na semana passada, contudo, a economista da FAO Liliana Balbi declarou que a onda de protestos no norte da África resultava de preocupações econômicas e políticas, e não da inflação dos alimentos. Assim como outras autoridades da organização, ela afirmou que os preços de itens alimentícios básicos permaneciam estáveis em países norte-africanos, e não poderiam ter sido o gatilho para os tumultos.
Nesta quinta, dia 3, a entidade informou que os preços dos alimentos atingiram em janeiro o maior nível desde que a agência começou a monitorá-los, em 1990. O indicador da FAO, que mede a variação mensal dos preços de uma cesta de commodities, subiu 3,4% frente ao mês de dezembro, aos 231 pontos.
O Programa Mundial de Alimentos, ou agência da ONU, informou:
? O desenrolar dos eventos no Oriente Médio nas últimas semanas serve como um alerta para nós sobre o papel importante que a segurança alimentar desempenha em acalmar a revolta popular. Em toda a região, nós vimos protestos civis impulsionados por um complexo conjunto de diferentes fatores, mas todos compartilhando algo em comum – crescente ansiedade com relação à alta dos preços e preocupação com o acesso aos alimentos ? informou a agência em um comunicado.
Os preços adicionam “estresse aos sistemas cuidadosamente calibrados para levar comida suficiente aos países para alimentar as populações famintas e fornecer subsídios que garantam que (os alimentos) sejam vendidos por preços acessíveis aos mais pobres”. As informações são da Dow Jones.