Quando a cana-de-açúcar é excluída do cálculo do índice, devido a sua importância na ponderação dos produtos, o IqPR e o IqPR-V (cálculo somente dos produtos vegetais) fecham negativamente em 0,58% e 3,91%, respectivamente.
Os produtos do IqPR que registraram as maiores altas nesta quadrissemana foram carne de frango (11,89%), soja (7,33%), café (3,84%), milho (3,16%) e carne suína (2,96%).
Para a carne de frango, os preços muito baixos do segundo trimestre do ano levaram à redução do alojamento de pintos e à conseqüente adequação da oferta, provocando a recuperação das cotações, além de que a demanda externa tem pressionado os preços internos.
Em regiões relevantes de produção de commodities (grãos), como a soja, têm-se apresentado problemas climáticos de seca na Austrália, Rússia e Ucrânia que afetam esses produtos. Esse fenômeno eleva preços e forma expectativas no mercado financeiro de aposta na alta dos alimentos no mercado futuro. Mecanismo similar impacta o milho, mas neste caso, o ritmo dos aumentos está mais lento e os preços partem de patamar muito baixo.
A oferta de um produto de melhor qualidade, junto a um aumento da demanda internacional, tem mantido tendência de elevação dos preços do café, em percentuais maiores que a valorização cambial, o que têm repercutido em maiores preços internos.
Para a carne suína, o consumo aquecido do produto propiciou o ligeiro aumento das cotações, as exportações em declínio não permitiram um aumento maior no período. Cabe salientar que os custos de produção de suínos estão subindo, em virtude dos aumentos das cotações do milho e da soja, assim poderá haver um movimento altista para os próximos meses.
Os produtos que apresentaram as maiores quedas de preços na segunda quadrissemana de agosto foram batata (41,79%), tomate para mesa (24,15%), feijão (15,85%), amendoim (8,84%) e laranja para mesa (7,83%).
Os preços da batata apresentam queda acentuada em decorrência da maior entrada desse produto no mercado no momento atual, diferente das altas cotações que ocorreram no segundo trimestre.
Para o tomate para mesa, o movimento de preços é muito semelhante ao da batata, e ambos passam de vilões da inflação nos meses anteriores para fatores de redução do custo de vida nos meses atuais.
No feijão, conforme esperado, as colheitas do final da safra das secas (que em muitos casos havia tido plantio atrasado por limitações climáticas) e as expectativas de maior produção da safra de inverno, reverteram as tendências, dando início a quedas expressivas dos preços que, contudo, ainda se mostram remuneradores para os lavradores.
Para o amendoim, a retração do preço reflete a queda da demanda com o final do período das festas juninas que caracterizam o pico de consumo, ainda que os preços atuais para o produtor estejam mais altos do que o mesmo período do ano passado.
Na laranja de mesa, o frio mais intenso produziu a redução da demanda de laranja “in natura” para sucos caseiros, produzindo com isso queda significativa dos preços. Dessa forma, praticamente estão igualados os preços das destinações para mesa e para indústria, esta última com pequeno aumento derivado da prevalência de contratos.
No período analisado, oito produtos apresentaram alta de preços (cinco origem vegetal e três de origem animal) e 10 apresentaram queda (sete origem vegetal e três origem animal) e os preços da banana nanica e do trigo não tiveram variação.