– Os mercados produtivos, como Brasil e Estados Unidos, estão carentes de produto. O preço que estamos obtendo está dois dólares acima do mercado. O valor da soja é o valor que está sendo consumido. A soja no Porto está hoje R$ 67, ainda é um bom preço. A Bolsa de Chicago está marcando R$ 56. Há três anos os preços trabalham descolados de Chicago.
O analista participou do programa Mercado & Cia desta segunda, dia 25, ao vivo de Rio Verde, em Goiás, onde acontece o Fórum Soja Brasil. Severo aposta que o mercado mundial vai subir, ao passo que o mercado americano caia, sustentado pela demanda chinesa.
O produtor que ainda tem soja deve fixar o valor do prêmio, indica o analista.
– Vamos estabelecer a saída do produto através do prêmio, que é o contrato. E aí a entrega é definida, depois o produtor tem tempo para fixar preço – sugere.
Segundo Severo, hoje, para ter soja, o mercado tem que pagar e os preços vão ficar melhores com a entrada da safra brasileira.
– O consumo mundial é de 200 milhões de toneladas de soja. A cada dia, o mercado de consumo tem que ter nos portos 14 navios carregando soja ou farelo, eles não têm tempo nem de pensar que preço vão pagar. Para eles, não importa o preço, importa o produto – afirma.
Quando o mercado voltar a fluir normalmente, com entradas das safras americana e brasileira, Chicago volta a ter representatividade e o preços devem se recompor.
– Para a safra seguinte é bem provável que tenhamos preços muito semelhantes aos maiores patamares.
Milho
Para Severo há chances de o milho subir. Segundo ele, o mercado brasileiro está muito ligado ao milho americano. O milho brasileiro começou há dois, ou três anos a chamar a atenção dos mercados consumidores.
– O embargo da China trouxe acúmulo de produtor nos Estados Unidos, o que derrubou os preços. Mas, o milho brasileiro vai ter lugar importante a partir de setembro.
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