Os contratos futuros da soja seguem pressionados na Bolsa de Chicago. De acordo com a consultoria Cogo – Inteligência em Agronegócio, entre os fatores que pesam sobre as cotações, está o fato de a China não estar cumprindo o que foi definido na Fase 1 do acordo comercial com os Estados Unidos. “O país segue concentrando suas compras no Brasil, enquanto os americanos relatam fracas vendas do grão para o mercado externo”, informa.
Além disso, pesam sobre os preços a queda do preço do petróleo, que reduz a competitividade do biodiesel (24% da produção global do biocombustível tem como matéria-prima o óleo de soja); a forte desvalorização do real ante o dólar; e projeção de aumento de 9,7% da área plantada nos Estados Unidos na temporada 2020/2021.
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No curto prazo, a tendência é altista para a soja em grão no mercado brasileiro, com o dólar em patamares elevados, os prêmios mais altos nos portos brasileiros, as exportações em ritmo aquecido e parcela expressiva da atual safra já comercializada pelos produtores.
“No acumulado de 2020 até quarta-feira, 15, o contrato maio recuou 5% na Bolsa de Chicago, enquanto a cotação em Paranaguá registra uma alta de 15,4% no mesmo comparativo”, compara a consultoria.
No longo prazo, o viés é baixista, com projeção de aumento de 9,7% na área plantada nos Estados Unidos em 2020/2021. Segundo a consultoria Cogo, a área pode crescer ainda mais, com o spread cada vez maior entre os preços da soja e do milho no mercado global. “Além disso, a tendência é de recuo do dólar a partir da segunda metade deste ano, em relação aos patamares atuais”, diz.