Mato Grosso registrou mais de 2 mil focos de incêndio nas últimas 24 horas, de acordo com o Sistema de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O fogo avança rapidamente pelas fazendas, destruindo áreas de palhada, um trator e duas carretas na rodovia MT-140, que liga Santa Rita do Trivelato a Planalto da Serra. Um dos motoristas, com queimaduras graves em 70% do corpo, infelizmente não resistiu aos ferimentos.
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Proprietários, colaboradores e vizinhos da Fazenda Morada da Serra uniram forças para tentar conter as chamas e minimizar os prejuízos. Vandir Matschinske, agricultor da região, lamentou as perdas. “Queimou mais de 250 hectares só da minha propriedade. Estamos à beira de começar uma nova safra, com o adubo já aplicado, e agora não sabemos o que fazer. É um grande prejuízo“, disse ele, suspeitando que o fogo tenha sido iniciado por negligência externa, possivelmente de uma bituca de cigarro jogada por um veículo.
O consultor agronômico Taimon Semler alertou que as perdas não se limitam às plantações e ao maquinário. “Um incêndio como esse pode comprometer o solo, afetando a microbiota e a matéria orgânica acumulada ao longo de décadas. A perda pode chegar a 15 sacas por hectare, dependendo da intensidade do fogo e das condições do solo.”
Enquanto as autoridades e os produtores continuam a combater o fogo, o prefeito de Santa Rita do Trivelato, Egon Hoepers, destacou o desafio crescente dos incêndios. “Estamos lutando contra o fogo há mais de 15 dias. Com os ventos fortes, ele se espalha muito rápido, e é difícil controlá-lo. Temos mais de cem máquinas trabalhando, e já estamos nos preparando para lidar com situações como essa no futuro.”
O incêndio nas áreas rurais de Mato Grosso não só causa prejuízos milionários aos produtores como também ameaça a fauna local e compromete o futuro das colheitas e da sustentabilidade do solo.