Preocupado com inflação, governo isenta Tarifa Externa Comum de trigo até dezembro

Decisão prorroga a importação de 600 mil toneladas do cereal sem a alíquota de 10% da TEC sobre as compras fora do MercosulA decisão aprovada para apreciação pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) de prorrogar até 30 de dezembro a importação de 600 mil toneladas de trigo sem a alíquota de 10% da Tarifa Externa Comum (TEC) incidente sobre as compras fora do Mercosul, foi publicada na edição desta quarta, dia 30, do Diário Oficial da União. A partir de abril deste ano, o governo zerou a TEC para importação de 2,7 milhões de toneladas de trigo, devido às preocupações com o impacto na inflação da queda do fornecimento

A prorrogação da isenção da TEC por mais um mês desagradou aos produtores gaúchos. O presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (Fecoagro), Rui Polidoro Pinto, disse que a Câmara Setorial do Trigo do Rio Grande do Sul se posicionou por unanimidade contra a prorrogação, inclusive as indústrias locais.

– Não se pode mudar a regra do jogo e desestimular os preços ao produtor no único Estado que tem trigo para comercializar agora – disse Polidoro.

As importações brasileiras de trigo acumuladas de janeiro a setembro deste ano atingiram 5,242 milhões de toneladas, volume 7% superior a igual período do ano passado. Os gastos com importação de trigo cresceram 41% (para US$ 1,759 bilhão), impulsionados pelo aumento de 31% no preço médio (para US$ 336/tonelada). As importações de trigo americano passaram de 24,3 mil toneladas nos primeiros nove meses do ano passado para 1,955 milhão de toneladas no mesmo intervalo deste ano. As importações de trigo argentino recuaram 36% no período, passando de 3,953 milhões de toneladas para 2,523 milhões de toneladas. 

Neri Geller diz que política para safra de inverno sai até fevereiro

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, disse que se reunirá com o setor produtivo nos próximos meses para discutir a política de incentivo à safra 2014 de trigo, que deverá ser divulgada pelo governo no final de fevereiro.

Ao comentar as propostas do governo paranaense, que pede aumento de 16,4% no preço mínimo de garantia (para R$ 645,33/ton), Geller afirmou que o governo está atento aos problemas, pois sabe que os custos de produção aumentaram.

Ele não comentou sobre possível reajuste dos preços mínimos do trigo, mas manifestou preocupação com o impacto na inflação das cotações atuais, que estão acima de R$ 900/t em algumas praças. Geller assegurou que uma das medidas de incentivo ao trigo na próxima safra será a ampliação do seguro rural. 

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Agência Estado