Na região do Cerrado mineiro, o cafeicultor Sergio Bronzi mostra que para começar a colheita mecanizada ainda pode levar mais uns 30 dias. São os grãos que ainda não amadureceram que atrasam a entrada das máquinas. Quem está colhendo é por motivos de manejo em áreas novas.
Em uma cooperativa da região, apenas quatro produtores trouxeram cerca de 100 sacas já no sistema de bags. Mas é aquele café que geralmente era colhido por último, que vem do chão. Lição aprendida com a chuva do ano passado.
Este movimento de sacas saindo do armazém é o chamado café do prejuízo. Pertence àqueles produtores que acreditaram naquilo que o mercado estava acenando em plena safra de 2012, e agora são obrigados a vender no preço baixo para pagar o banco.
Desde o final do ano passado, as lideranças da cafeicultura alertavam sobre o prejuízo que os produtores tiveram ao pegar financiamento nos bancos para estocagem da safra passada na expectativa de preços melhores, fato que não ocorreu. Com a entrada da nova safra, as políticas para o setor adotadas pelo governo estão gerando mais incertezas no mercado.
A batalha deste ano, que foi em busca de um preço mínimo que trouxesse garantia de renda, ainda é motivo de discussão entre os cafeicultores que levantaram um custo de R$ 340, e até ficaram otimistas com o levantamento feito pela Conab, que chegou no valor de R$ 336, mas aí o governo preferiu a terceira opção, de R$ 307 a saca de 60 quilos, que segue como grande mistério.