Estiveram na da mesa-redonda também o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles; o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga; e o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega.
Coutinho disse que há uma compreensão geral de que é importante melhorar os gastos públicos no país. Na avaliação dele, é possível aumentar a participação dos investimentos na composição dos gastos e determinar que sejam mantidos abaixo do patamar de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma das riquezas do país.
? Concordo que há rigidez no gasto, mas podemos disciplinar isso, disse Coutinho.
Manifestando apoio à política monetária adotada pelo Banco Central, cujo Comitê de Política Monetária se reúne na semana que vem para decidir os rumos da taxa de juros, o presidente do BNDES disse considerar inteligente a adoção de medidas que contenham a demanda sem restringir a capacidade de investimentos.
Commodities
O presidente do BNDES disse também não acreditar que seja “plausível” acreditar que os preços internacionais das commodities vão “despencar” para os níveis que se encontravam entre 2003 e 2005. Na avaliação de Luciano Coutinho, o Brasil tem condição favorável de oferecer esses produtos para o crescimento do que classificou como “novo pólo de propulsão da economia mundial”: a Ásia.
? O Brasil tem um conjunto de oportunidades ampliadas de exportação de commodities, mesmo admitindo, como temos de admitir, que a economia mundial vai passar por um período de redução de crescimento.
Ele acrescentou:
? Temos, além do nosso formidável agronegócio, cadeias de mineração, o setor de celulose, o etanol. São oportunidades muito importantes.
Otimista, Coutinho destacou que o Brasil aprendeu com as lições do passado e agora possui uma perspectiva de crescimento com solidez e fronteiras de investimento a serem exploradas.
– Temos um conjunto de projetos de infra-estrutura com demanda reprimida. Em vários segmentos, desde energias, novas energias, logística. Esses processos, postos em marcha através de concessão têm resultados.
No mercado interno, Coutinho destacou o crescimento do mercado de crédito do país em diversos setores, citando como exemplos a indústria automobilística e o mercado imobiliário. E classificou a exploração do petróleo existente na camada pré-sal, que a Petrobras iniciou nesta terça, uma nova riqueza do país.
Não tão otimista
Já o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga não foi tão otimista quanto o presidente do BNDES. Embora concorde que o Brasil aprendeu com erros do passado, entendido que “fazer parte do mundo é bom” e está em uma situação positiva, o desempenho da economia brasileira deve ser comparado com outros países.
? Temos de procurar melhorar e não se deixar levar por um entusiasmo que, embora merecido, ainda não foi testado e confirmado.
Fraga defendeu que o Brasil pode mirar índices bem maiores de crescimento econômico se investir, por exemplo, em setores como infra-estrutura e educação. Por outro lado, criticou os altos níveis de gasto público, que já atingem cerca de 40% do PIB.
? Não é um número compatível com a taxa de crescimento que nós desejamos.