Zero Hora ? A decisão de investir no noroeste do Estado é estratégica?
Pedro Parente ? Sim. Temos basicamente duas razões: principal região produtora de grãos que utiliza nossos fertilizantes, além de ser um entroncamento logístico importante, considerando as malhas rodoviária e ferroviária. Identificamos claramente esse potencial. Por isso, a expectativa favorável quanto ao retorno desse investimento.
ZH ? Como o senhor avalia o mercado de fertilizantes no país?
Parente ? Estamos vendo um crescimento importante nos últimos três anos. Para 2011, a estimativa da Associação Nacional para Difusão de Adubos é de que o Brasil supere 26 milhões de toneladas de fertilizantes (produção e venda), ante 24,5 milhões de toneladas no ano passado. É um dos maiores mercados do mundo. O país tem várias vantagens em relação à produção agrícola, quanto à disponibilidade de terra, clima e água. Mas é pobre em fertilidade do solo.
ZH ? Há ainda algum gargalo enfrentado pela indústria de fertilizantes?
Parente ? O grande gargalo que temos hoje é o logístico. É um problema que afeta tanto os fertilizantes quanto a exportação da produção brasileira. Não se trata de uma dificuldade especificamente da nossa indústria, mas da logística do Brasil como um todo.
ZH ? Qual o plano estratégico da Bunge para os próximos anos?
Parente ? A Bunge Brasil está prevendo investir no triênio que começou em 2010 e termina em 2012 quase US$ 3 bilhões. Os investimentos serão segmentados em todas as áreas de atuação do grupo, mas neste momento serão focados principalmente nos setores de açúcar e bioenergia. Em termos de capacidade de moagem de cana-de-açúcar, a Bunge hoje está entre as quatro maiores do país.