Presidente da CNA expõe problemas do setor agrícola para ministros

Segundo a senadora Kátia Abreu, objetivo foi destacar pontos para elaboração de um plano geral de açõesOs ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro, da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e da Pesca, Marcelo Crivella, ouviram nesta quarta, dia 7, a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), sobre os gargalos do setor agrícola. O objetivo, segundo Kátia, foi destacar os principais desafios do setor para servir de subsídio para a elaboração de um plano geral de ações que supere as deficiências. A senadora destacou quatro áreas que considerou mais complexas: inf

— Especialmente em logística, falamos da importância de viabilizar as hidrovias, especialmente priorizando o eixo arco norte (área que compreende o centro-oeste brasileiro, o sul do Maranhão e oeste da Bahia), onde a produção está crescendo muito e a logística não está acompanhando. É uma região que produz 52% de toda a soja e milho e está escoando tudo em Paranaguá e Santos e queremos abrir os portos, priorizar Itaqui (porto em São Luís) e a saída de Belém. Acreditamos que ali deverão acontecer os grandes investimentos — destacou a senadora.

Ela também defendeu a abertura de portos privados mistos e criticou o sistema de cabotagem (transporte marítimo entre portos) nacional.

— A cabotagem brasileira é a pior do mundo, a mais cara, mais ineficiente, na verdade tinha de apagar e começar tudo de novo.

Kátia Abreu manifestou preocupação quanto a avanços na construção do novo marco regulatório das ferrovias, de forma a garantir maior competitividade para a produção brasileira. A senadora destacou a importância de fixar regras quanto ao direito de passagem nas ferrovias da Vale e disse ter recebido sinalização positiva de que o assunto está avançando.

— A Vale hoje está passando sozinha na ferrovia. Só passa na ferrovia quem ela quer. A Vale se transformou muito mais numa empresa de logística do que de mineração, só tem hoje ferrovia onde tem minério e nós não passamos de carona. Mas já me garantiram que está se construindo o texto, a regulação, e que agora o direito de passagem vai ser uma obrigatoriedade — disse Kátia.

A senadora aproveitou a discussão para comentar o texto do Código Florestal, que está em tramitação na Câmara dos Deputados.

— A grande crise discutida no Congresso é com relação ao tamanho da área de produção que será diminuída. Lá no Senado, não deixamos diminuir em 70 milhões de hectares, permitimos 33 milhões, e os deputados não querem permitir nem os 33. Não tenha dúvida de que esses 33 milhões de hectares vão estar em cima da mão de produtor de pequeno e médio, isso vai dar um problema social gravíssimo, vai ter problema de toda natureza — afirmou a senadora.