? A hidrelétrica pode ser um elemento de desenvolvimento local e de preservação ? destacou Tolmasquim.
? (Elas) geram energia barata e praticamente não emite gases do efeito estufa, que são os principais gases causadores das mudanças climáticas ? completou.
Tolmasquim defendeu, porém, a obrigatoriedade de se manter as reservas naturais e de recuperar as matas ciliares como fundamental para a construção das usinas.
De acordo com Tolmasquim, o Brasil é hoje o terceiro país em potencial hidrelétrico a ser explorado, fica atrás somente da China e da Rússia. Do potencial hidrelétrico brasileiro, apenas um terço foi explorado. Apesar disso, Tolmasquim defende que o Brasil não deve deixar de investir em energia nuclear, pois é preciso manter a competência tecnológica.
? Daqui 20 anos, o potencial hidrelétrico vai diminuir bastante ? disse.
Para ele é importante também investir em outros tipos de energia, “o Brasil tem um potencial grande em energia eólica, mas ela não irá substituir a hidrelétrica.”
Sobre as pessoas atingidas pelas as construções e que precisam ser deslocadas, Tolmasquim informa que as hidrelétricas construídas atualmente têm reservatórios menores.
? Podemos dar como exemplo a Usina de Três Gargantas na China, a maior usina do mundo deslocou um milhão de pessoas, a Usina de Belo Monte deslocará apenas 4 mil famílias ? afirmou.
Ele explica ainda que grande parte das pessoas que serão atingida pela Belo Monte vivem em condições degradantes, em áreas que são inundadas com frequência.
? A usina dará a essas pessoas moradias dignas, em casas de alvenaria, com rede de esgoto e tratamento de água.
Para a assessora política do Movimento Xingu Vivo Renata Pinheiro, na prática não é assim.
? O número de famílias que será atingido pela Usina de Belo Monte está sendo subestimado. Os moradores já estão sendo pressionados a sair de suas terras e o processo de negociação está sendo feitos individualmente ? afirma Renata.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos locais atingidos pela usina, vivem 45 mil pessoas.
Segundo Renata, se for contabilizar os impactos ambientais e sociais, energia de usina não é barata.
? É preciso investir mais em outras fontes de energia renováveis como a eólica ? defendeu ela.