– A busca, como vizinhos, como parceiros no Mercosul, é continuarmos vendendo bem e passarmos a comprar mais. Se alguém tiver uma sugestão melhor, que atenda aos interesses de produtores brasileiros e argentinos, me mostre e aí eu posso defender outra coisa – afirma.
Desde 2004, o Brasil mantém saldo positivo no comércio com a Argentina. Em 2010, o valor foi de US$ 4 bilhões. Em 2011, de quase US$ 6 bilhões. A declaração do presidente da Fiesp foi feita em um momento tenso nas relações comerciais entre os dois países. Isso porque a nação vizinha aumentou o controle sobre as importações. Desde o começo do mês, o comprador argentino tem que informar ao governo o que pretende adquirir. E o negócio só pode ser fechado depois de aprovado pelas autoridades, o que pode levar até 15 dias.
Um dos setores que mais criticam a medida é o de máquinas agrícolas. O vice-presidente da AGCO América do Sul, André Carioba, explica que os negócios com a Argentina reduziram. A companhia planeja construir até 2013 uma planta no país para driblar a burocracia. Enquanto isso não ocorre, a produção voltada para o mercado argentino deve sofrer cortes.
– Tem máquinas paradas no nosso pátio ou na fronteira, aguardando a liberação das licenças. Se acontecer, a máquina entra. Se não, fica parada. Vai reduzir o que estava originalmente previsto para a produção total, porque um mercado que é muito importante não está consumindo o que normalmente estava – aponta.
O embaixador da argentina garantiu que sua principal missão no Brasil é reduzir o déficit comercial com o país. Kreckler ressaltou ainda que a medida anunciada este mês não é válida somente para exportadores brasileiros e que os resultados poderão ser vistos no futuro.
– É uma medida de melhor coordenação entre os órgãos da administração pública federal argentina. É uma forma de dar mais ordem aos importadores. A gente está instituindo uma medida que tem 15 dias e vocês verão no futuro se está funcionando ou não – argumenta.
– Foi dado um voto de confiança e vamos aguardar até o final deste mês, porque essa medida foi implantada no dia primeiro de fevereiro. Porém, já sabemos que boa parte do que foi entregue nos primeiros dias, já está liberada – acrescenta Skaf.