O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Paulo Rabello de Castro, participa nesta semana de duas audiências públicas no Congresso Nacional, em Brasília, para apresentar os detalhes da realização do Censo Agropecuário 2017/2018. A primeira audiência acontece nesta terça-feira, dia 18, na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, em Brasília, às 10 horas, informou o instituto, em nota. A segunda audiência pública será na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), do Senado Federal, na quarta-feira, dia 19, às 14 horas.
O IBGE dá início este ano à coleta de dados para o censo agropecuário, após anos de adiamentos por causa da falta de verbas. No entanto, o órgão não conseguiu aprovar no Ministério do Planejamento todo o orçamento necessário para o levantamento, que precisou então passar por um redimensionamento, gerando críticas e temores de que a quantidade e a qualidade dos dados obtidos pudessem ficar comprometidas.
A primeira versão previa um investimento de R$ 1,63 bilhão no biênio 2017 e 2018. Diante da liberação de apenas R$ 505 milhões para a realização do levantamento em 2017, o projeto sofreu mudanças para ficar mais enxuto. O questionário, por exemplo, teve que ser reduzido, deixando de fora alguns detalhamentos. O levantamento vai a campo em 1º de outubro deste ano para coletar informações de 5,3 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o território nacional.
“A situação econômica do país levou a um contingenciamento orçamentário dessa operação censitária e a uma redução no número de recenseadores, de postos de coleta e de equipamentos. Consequentemente, o seu questionário teve que se adequar à nova realidade. No entanto, o rigor metodológico e os temas essenciais para o levantamento foram mantidos, inclusive a agricultura familiar e o os agrotóxicos”, declarou o órgão, na nota. Ainda assim, o IBGE precisará de mais R$ 278 milhões em 2018 para completar a realização do censo agropecuário.
“Não tem nenhuma verba garantida para nenhum órgão do Estado no ano que vem. Isso tudo é pedido que vai ser levado para o presidente da República, considerando que o processo foi iniciado. Vai ser colocado de forma bastante tangente. Da nossa parte acreditamos que o dinheiro está garantido, porque o Estado não vai jogar o dinheiro desse ano fora. Mas de toda forma tem todo um processo de restrição orçamentária do país”, lembrou Roberto Olinto, diretor de Pesquisas do IBGE, à época do lançamento oficial do censo.