O evento marcou a assinatura de memorandos para estimular o comércio e os investimentos entre os dois países. O presidente Lula falou das oportunidades de negócios no Brasil e aproveitou a presença das autoridades italianas para criticar a postura dos países desenvolvidos que não vão enviar representantes à Conferência sobre Mudanças Climáticas, marcada para o próximo mês, em Copenhague, na Dinamarca.
? Como discutir sobre o clima se a gente vai para a COP 15 e os países ricos não vão? ? indagou Lula.
O presidente criticou ainda o atraso da Europa em aumentar a utilização de biocombustíveis. Ele pediu aos governantes italianos que liderem essa campanha para convencer os outros países europeus a mudarem a matriz energética.
? Como a União Europeia vai cumprir 10% de etanol na gasolina em 2020 se ainda não começar a pensar em 2010? Tem que começar a estocar etanol ? acrescentou.
Em resposta à provocação do governante brasileiro, o ministro de Desenvolvimento Econômico da Itália, Claudio Scajola admitiu que a Europa está atrasada no cumprimento das metas de preservação do meio ambiente, mas assumiu um compromisso:
? Vai haver um esforço muito grande por parte da Itália. É um trabalho árduo ? afirmou Scajola.
Os italianos vendem para o Brasil principalmente máquinas e peças de automóveis. Do lado inverso da balança, cinco dos nove principais produtos que o Brasil manda para lá são produzidos no campo. O destaque fica para frutas, flores e proteína animal, negócios que podem ser ampliados a partir do acordo assinado em São Paulo.
? Dez bilhões ainda é um fluxo pequeno para o potencial comercio entre os dois países ? comentou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
Assim que saiu do evento, o ministro italiano embarcou para o Espírito Santo. O objetivo é fechar uma parceria com o governo do Estado para a produção de biodiesel. Uma empresa italiana vai aplicar 40 milhões de euros, quase R$ 100 milhões, até o ano de 2013, nos segmentos agrícola e industrial. O projeto prevê o plantio do pinhão manso como matéria prima e a extração do óleo, que vai ser levado para Itália e usado na produção do biodiesel.