O ponto é um dos mais questionados pela classe produtora junto ao governo federal, mas existem produtores que encontraram uma forma de acatar a lei e, ao mesmo tempo, explorar o espaço preservado de forma sustentável. É o caso de Daniel Steidle. Por mais de 40 anos, os 200 hectares de sua família, em Rolândia, no norte do Paraná, produziram apenas café para exportação.
O desmatamento acelerado deixou marcas. No fim da vida, o avô de Daniel percebeu o problema e começou a fazer algumas mudanças. Nos anos 90, a família decidiu recuperar áreas maiores. Agora, 16 anos depois, o antigo pasto que não tinha uma única árvore é uma pequena floresta. A nascente quase seca revelou outras duas. E há ainda três arboretos que, segundo o produtor, são a segunda maior área de pesquisa em diversidade de árvores no Brasil.
Steidle acredita que o produtor precisa ver que é possível gerar renda de forma sustentável sem agredir o meio ambiente. Ele explora uma parte de reserva legal, de onde tira o fruto da palmeira juçara para transformar em suco. A propriedade também foi aberta para visitação.
? Precisamos ter o máximo possível de exemplos para não ficar só na conversa e descobrir que, ao lado dos grãos e da carne, junto com as plantas nativas, você pode ganhar dinheiro ? diz ele.
O projeto da família Steidle cresceu. Hoje eles mantêm uma escola ambiental não formal na propriedade e recebem pessoas interessadas.
O presidente da Sociedade Rural do Paraná foi considerado corajoso por convidar Drenckhahn, um defensor do ambiente que não quis comentar a polêmica sobre o código florestal brasileiro. Para Alexandre Kireeff é necessário ouvir todos os aspectos da questão porque é fundamental que as propostas sejam consistentes e contemporâneas.
? É por isso que o recebemos respeitosamente e esperamos que isso abra portas junto ao setor ambiental para que os produtores possam expressar seus pontos de vista, suas preocupações e encontrar um posicionamento conciliador e construtivo ? concluiu Kireeff.