? Foi ele que entregou o cargo para deixar o caminho livre. Foi uma decisão pessoal ? disse o presidente do PMDB, que ainda hoje se reunirá com o vice-presidente da República, Michel Temer, presidente licenciado do partido.
Para a oposição, a queda de Rossi pode contribuir para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Corrupção. Essa é a expectativa do líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), que conta a revolta dos parlamentares do PMDB no Congresso Nacional para conseguir as assinaturas necessárias para instalar a comissão.
? Teremos mais um foco de insatisfação no governo e isso pode contribuir para que a CPI se torne um fato ? afirmou Dias, pouco depois do anúncio da demissão de Rossi.
Na opinião do senador oposicionista, a saída de um ministro do PMDB do governo deve indicar mais problemas na relação do partido com o PT e com a presidenta Dilma Rousseff.
? O vice-presidente da República [Michel Temer] é patrono do ministro e é óbvio que há um desconforto ? avaliou Dias.
No momento da demissão de Rossi, a maior parte dos parlamentares governistas, em especial os do PMDB, já não estavam mais no Senado. Para o senador da base aliada Lindbergh Farias (PT-RJ), “ninguém quer falar sobre crise”. Ele não acredita que a demissão ocasione problemas na base governista, nem a instalação da CPI da Corrupção.
? Quanto a problemas na base, eu não acredito. O que levou à demissão do ministro foram os fatos ? disse Farias.
Lindbergh afastou a possibilidade da CPMI da Corrupção vingar.
? Não creio em CPI. Às vezes, o movimento de CPI funciona com alguns descontentes da base para constranger o governo. Nesse caso, a CPI pode tentar parar o governo. Eu sempre digo à oposição que nós temos que defender a presidenta ? observou.