– O agronegócio vende hoje uma expectativa que não existe. As altas são pontuais e, no caso da soja e também do açúcar, ocorrem por conta de perdas na safra – disse Ramalho à Agência Estado durante a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
O presidente da SRB classificou ainda como “astronômico” o nível de especulação na Bolsa de Chicago, que baliza os preços internacionais da soja.
– Cerca de 35% das posições na bolsa hoje são especulativas. Portanto, ainda é muito cedo para qualquer perspectiva de médio prazo para o agronegócio brasileiro – disse Ramalho.
Com relação à formação de preços de adubos e fertilizantes para a safra 2012/2013, o diretor executivo da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), David Roquetti Filho, avalia que dependerá da volatilidade do dólar.
– A questão é quanto tempo permanece um pico de alta como ocorre agora; se a variação for constante e pequena o produtor até consegue se planejar – disse o executivo à Agência Estado.
O executivo lembrou ainda que “o Brasil é o país tomador de preços internacionais” do setor e tem até 70% da matéria-prima importada. De acordo com Roquetti Filho, os preços internacionais, em dólar, apresentam tendência de recuperação. O diretor da Anda evitou estimar a demanda para a safra 2012/2013, mas citou dados da consultoria RC, que apontam uma alta de 1%, para 28,5 milhões de toneladas.
– Se isso se concretizar, será um bom ano – concluiu.