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Previsão de estiagem preocupa agricultores no Rio Grande do Sul

Segundo especialistas, problema é causado pelo fenômeno La Niña e período mais crítico deve ser entre início de dezembro deste ano e final de janeiro de 2012O setor agrícola está em alerta em função da previsão de chuvas escassas no final da primavera. Provocada pelo fenômeno La Niña, a estiagem pode causar prejuízo a culturas como feijão, arroz, soja e milho. De acordo com a meteorologia, a região mais afetada deve ser o Sul do Brasil, onde as chuvas devem ser mais espaçadas. A situação deve ser mais grave no Rio Grande do Sul.

Segundo o professor de agrometeorologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Homero Bergamaschi, a previsão é preocupante. Ele aponta que o período mais crítico para a cultura do milho, no Rio Grande do Sul, é entre os dias 6 de dezembro e 20 de janeiro. Já para soja o período crítico ocorre mais tarde, de meados de janeiro a meados de março.

? A maior preocupação é exatamente entre o fim da primavera e início de verão, porque pega inclusive aquelas lavouras de cedo. As primeiras que foram implantadas e estão terminando o ciclo. Principalmente, nas regiões mais quentes ? aponta.
 
Para o produtor rural Clóvis Terra, os problemas começaram com o excesso de chuva que atingiu o Rio Grande do Sul nos meses de agosto e setembro deste ano. Em função do fenômeno, o preparo do solo para o plantio teve de ser atrasado.
 
? Boa parte desse preparo teve que ser feito em cima da hora, quando essas chuvas pararam, lá pelo dia 10 de outubro. Foi quando se conseguiu entrar, em boa parte das regiões. Consequentemente, o sistema de plantio teve ser feito um em cima do outro ? conta.
 
Passado o problema do excesso, agora o que preocupa é a falta de água. A plantação de Terra já apresenta problemas.
 
? Nós temos áreas que foram plantadas há dez dias e terão problemas de nascimento. Ou seja, teremos que, provavelmente, parar para o banho, a irrigação antecipada das lavouras. Se por um lado isso permite o nascimento, haverá o gasto de água. E com o volume de água usado para o nascimento dessas plantas não é possível ter uma uniformidade em todo o terreno. Então se formam pequenas lavouras, poças, e naquele lugar a planta não nascerá. Ela vai germinar e apodrecer, porque não terá oxigênio ? diz o agricultor.
  
Conforme a meteorologista Estael Sias, as notícias não são boas para os produtores do Rio Grande do Sul.

? Nós temos uma expectativa de alguma chuva muito isolada pelo Estado para o começo da próxima semana. E não deve acrescentar volumes muito significativos. Nós vemos no mapa uma chuva muito concentrada no Norte, na divisa com Santa Catarina, e na parte da fronteira com a Argentina, mas é apenas um dia com possibilidade de chuva, diante de vários de tempo seco. E causa disso é a temperatura do Oceano Pacífico abaixo da média. É a presença do La Niña, que tem como característica no Rio Grande do Sul reduzir as chuvas, porque este seria o período em que teríamos todo o volume acontecendo, que daria suporte para a agricultura se sustentar durante os meses de verão ? afirma.
 
Ainda de acordo com a meteorologista, ao longo do ano, o volume de chuva ficou abaixo da média. Para se enquadrar dentro da normalidade seria preciso 500 milímetros a mais, o equivalente a três meses de chuvas. E a probabilidade é de que o efeito do La Niña perdure até o próximo outono.

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